Estudo aponta subnotificação de casos da Covid-19 na África

Especialistas tentavam entender porque o continente contabilizava menos casos de Covid-19 em relação às outras regiões do planeta

Rádio BandNews FM

Local registrou cerca de 1667 mortes por milhão de habitantes Foto: Reuters
Local registrou cerca de 1667 mortes por milhão de habitantes
Foto: Reuters

Um estudo em um necrotério na cidade de Lusaca, na Zâmbia, aponta que a África vive uma grande subnotificação de casos de Covid-19. O continente sempre registrou números baixos da doença em relação às outras regiões do planeta - fato que despertou dúvidas de especialistas em saúde.

O levantamento foi realizado por cientistas da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, e da Universidade da Zâmbia.

Uma das hipóteses anteriores era de que a pouca idade da maioria da população e as temperaturas mais elevadas explicariam o número reduzido de contaminações. No entanto, uma pesquisa conduzida no Hospital Universitário de Lusaca mostrou que em cerca de 32% das amostras colhidas em mortos levados para a unidade deram positivo para a doença. O período de testagem foi entre junho de 2020 e junho de 2021.

Menos de 10% tinham recebido o diagnóstico enquanto estavam vivos - sendo esse um dos critérios das autoridades de saúde locais para contabilizar parte do número oficial.

O índice foi maior durante o pico da onda da variante Beta no País, em janeiro de 2021, quando a testagem chegou a 91,7%. Na época da variante Delta,vairantees positivos chegaram a 83,8%.

Outro dado é que as mortes foram registradas em todas as idades e 80% delas foram em pessoas com menos de 60 anos.

O local registrou cerca de 1667 mortes por milhão de habitantes, de acordo com o site Our World in Data.