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Estudo aponta que uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas

Em sete estados monitorados, foram registrados 2.423 casos e 495 mortes

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Estudo aponta que uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas
Agência Brasil

O levantamento do boletim “Elas vivem: dados que não se calam”, da Rede de Observatórios da Segurança, lançado nesta segunda-feira (6), apontou que em 2022, a cada quatro horas, uma mulher foi vítima de violência no Brasil. Foram registrados 2.423 casos registrados e 495 deles terminaram em morte.

Esse estudo monitorou sete estados brasileiros no último ano. A terceira edição do documento possui registros de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Piauí.

Na região Sudeste, São Paulo é o estado com maior número de casos contra as mulheres. Foram registrados 898, um a cada dez horas. Já no Rio de Janeiro, o índice apresentou uma alta significativa de 45%, destacando o crescimento de violência política durante a campanha eleitoral. Além disso, os casos de violência sexual no Rio quase dobraram, passando de 39 para 75.

A Bahia é o estado do Nordeste com maior número de feminicídios. São 91 registros, com ao menos um caso por dia. “A maioria desses casos acontecem onde na verdade deveria ser um local de segurança para vítima. Essas violências são praticadas pelos maridos, pelos companheiros e muita das vezes esses agressores não se limitam apenas às suas companheiras, eles vão violentar outros parentes que estão no entorno e depois eles vão tentar tirar a própria vida”, explicou a pesquisadora baiana Larissa Neves.

O Maranhão é o segundo estado do Nordeste em agressões e tentativas de morte. Em Pernambuco, os registros de violência contra mulher são de ao menos um a cada dois dias. O estado também passou a liderar os números de transfeminicídios.

No Ceará, houve aumento de casos de violência sexual, saltando de 17 para 31 casos. O Piauí registrou 48 feminicídios.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em dez anos, mais de 500 mil mulheres foram agredidas no Brasil. Na américa Latina, nove mulheres são mortas por dia, por não aceitarem mais uma relação ou pelo simples fato de serem mulheres.