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Esquerda colombiana enfrentará candidato populista no 2º turno

Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá, disputará a eleição presidencial contra Rodolfo Hernández, empresário populista já chamado de “Trump tropical”

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Esquerda colombiana enfrentará candidato populista no 2º turno Fotos: Reuters
Fotos: Reuters

Os colombianos voltam às urnas no dia 19 de junho para escolher o substituto de Iván Duque, que deixa o governo com baixa popularidade e rejeição na casa dos 70%. O segundo turno do pleito presidencial contará com Gustavo Petro, da esquerda, e Rodolfo Hernández, um empresário populista que ganhou força nas últimas semanas.

Petro, ex-prefeito de Bogotá e primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha, conseguiu 40,32% dos votos. Já Hernández conseguiu 28,15% das preferências neste domingo (29). Até a véspera do pleito, no entanto, era o nome do direitista Federico Gutiérrez que aparecia como segundo colocado nas pesquisas.

“Fico”, como é conhecido, perdeu tração com a reprovação do aliado e atual presidente. Ele obteve, no entanto, 23% dos votos e um apoio a qualquer dos candidatos no segundo turno pode ser decisiva.

Gustavo Petro disse em discurso esperar o apoio do “povo de Medellin”, cidade que foi governada por Gutiérrez. Caso vença, será a primeira vez que esquerda governará a Colômbia. O país passa por uma onda de protestos desde 2019 por conta do empobrecimento da população. A falta de liderança política na pandemia de Covid-19 frustrou os colombianos, que agora parecem dar um voto de confiança a um governo que não seja neoliberal na economia.

O esquerdista defende uma diversificação nas exportações colombianas, dependente do dinheiro do petróleo. Entre outras promessas estão: reforma agrária, redução do desemprego e valorização do campo em detrimento da indústria extrativista presente no país.

Hernández também não é das forças políticas tradicionais do país, que até então vivia uma polarização entre à direita liberal de Juan Manuel Santos, que negociou o acordo de paz com as Farcs, e a direita conservadora de Álvaro Uribe.

Com um discurso anti-sistema e uma valorização da campanha na internet, o populista se coloca contra o casamento igualitário e o abordo, mas já disse ser a favor da legalização das drogas.

O assunto deixou os holofotes dessa eleição, em detrimento de ter sido protagonista no último pleito. Iván Duque se elegeu com uma plataforma contra o apoio com as Farcs - Forças Revolucionária da Colômbia -, mas não conseguiu revogar o acordo de Juan Manuel Santos como prometido.