Planalto prega "cautela" com indiciamento de Bolsonaro pela PF

Governo não deve se pronunciar sobre acusação da PF sobre envolvimento de Bolsonaro em tentativa de golpe, mas vê que acusações de perseguição política "não param mais de pé"

Da Redação

Jair Bolsonaro
Agência Brasil

O Palácio do Planalto não deve se manifestar oficialmente sobre o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Segundo o repórter Caiã Messina, da BandNews FM, a orientação do governo é ficar em silêncio, mas o indiciamento é visto como um golpe nos argumentos bolsonaristas. 

Palavra de ordem por aqui [no Planalto] é cautela. Esperar um pouquinho

“Nos bastidores, a avaliação é de que esse discurso dos apoiadores de Jair Bolsonaro, ele não para mais em pé”, completou Cauã. 

Bolsonaro, o general Braga Netto, seu vice nas eleições de 2022, e outras 35 pessoas foram indiciadas pela PF.

 Além dos atos criminosos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília, o inquérito apura o recém-descoberto planejamento de atentados contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após as eleições de 2022.

As provas que embasam o indiciamento foram obtidas por meio de diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo poder Judiciário.

Segundo nota da PF, as investigações apontaram que os investigados criaram uma divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos: Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado; Núcleo Jurídico; Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas; Núcleo de Inteligência Paralela e Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

Em entrevista ao site Metrópoles, Bolsonaro criticou o inquérito, afirmando que o ministro Alexandre de Moareas, do STF, “conduz todo o inquérito”. 

“A avaliação por aqui é se a Polícia Federal, que é técnica, não tivesse motivo suficiente para pedir o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de tantas pessoas, ela certamente não faria”, disse o jornalista. 

Veja a lista completa dos indiciados pela PF no inquérito sobre tentativa de golpe

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Alexandre Castilho Bittencourt Da Silva
  • Alexandre Rodrigues Ramagem
  • Almir Garnier Santos
  • Amauri Feres Saad
  • Anderson Gustavo Torres
  • Anderson Lima De Moura
  • Angelo Martins Denicoli
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  • Bernardo Romão Correa Netto
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  • Carlos Giovani Delevati Pasini
  • Cleverson Ney Magalhães
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
  • Fabrício Moreira De Bastos
  • Filipe Garcia Martins
  • Fernando Cerimedo
  • Giancarlo Gomes Rodrigues
  • Guilherme Marques De Almeida
  • Hélio Ferreira Lima
  • Jair Messias Bolsonaro
  • José Eduardo De Oliveira E Silva
  • Laercio Vergilio
  • Marcelo Bormevet
  • Marcelo Costa Câmara
  • Mario Fernandes
  • Mauro Cesar Barbosa Cid
  • Nilton Diniz Rodrigues
  • Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
  • Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
  • Rafael Martins De Oliveira
  • Ronald Ferreira De Araujo Junior
  • Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  • Tércio Arnaud Tomaz
  • Valdemar Costa Neto
  • Walter Souza Braga Netto
  • Wladimir Matos Soares

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