Enquanto Prates é "fritado", Lula e Haddad negam conversa sobre Petrobras

Ministro da Fazenda esteve com o presidente da República, mas ambos silenciaram sobre o encontro que pode ter selado o futuro do atual presidente da Petrobras

Rádio BandNews FM

Haddad nega ter conversado com Lula sobre permanência de Prates no cargo
Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nega ter conversado sobre a crise da Petrobras durante o encontro que teve com o presidente Lula na noite desta segunda-feira (08). Apesar da afirmação, Haddad, que tem adotado uma postura neutra na disputa interna pela troca de comando da companhia, tem agido nos bastidores para manter Jean Paul Prates no cargo.

O chefe da Fazenda defende a distribuição total dos dividendos extraordinários retidos no Conselho de Administração da Petrobras, que somam quase R$ 44 milhões. O governo, maior acionista da empresa, teria direito a receber cerca de R$ 13 bilhões e o ministro tem se esforçado para encontrar receitas que permitam que o Planalto cumpra as metas econômicas que foram estabelecidas. No entanto, outros membros do governo, como os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia, são contra o pagamento e, portanto, a favor da saída de Prates.

Internamente, a avaliação é de que Prates não vai resistir ao processo de "fritura", principalmente pelo fato de que o "fogo amigo" vem de dentro do Palácio.

Abordado pela imprensa após se encontrar com Lula, Haddad disse que a questão dos dividendos cabe exclusivamente à Petrobras: "A gente tem levado muitas informações ao presidente sobre a situação do caixa da Petrobras. Tenho falado com os diretores da Petrobras. Tudo para que o presidente tenha muita tranquilidade de que o plano de investimento da Petrobras não vai ser prejudicado. Isso [ troca de comando ] não é da minha alçada. Eu não discuto isso com o presidente, o que eu discuto com ele são cenários econômicos da empresa e do Executivo", disse.

Uma possível intervenção no comando da Petrobras tem como pano de fundo a intenção do governo de aumentar o controle sobre a estatal. O presidente Lula está preocupado com o impacto dos preços dos combustíveis no índice de popularidade dele. Ontem, a defasagem do preço da gasolina - em relação ao mercado internacional - chegou a 18%. No caso do diesel, a diferença está em 13%, segundo dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis.

O nome mais cotado para substituir Jean Paul Prates é o do atual presidente do BNDES, o também petista Aloízio Mercadante.

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