O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury disse que apenas deu opiniões sobre os acontecimentos durante a pandemia da Covid-19 e afirmou que ainda não se vacinou por não acreditar na eficácia dos imunizantes. Fakhoury é ouvido nesta quinta-feira (30) pelos senadores da CPI da Pandemia, no Senado Federal.
Apesar de ter a garantia dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli de não responder a perguntas que possam incriminá-lo, ele respondeu perguntas sobre campanhas contra o uso de máscaras, alegando “liberdade de opinião”.
O empresário apontado como financiador de sites disseminadores de notícias falsas alegou que também é alvo de campanhas difamatórias e negou que tenha financiado as notícias falsas ou discurso de ódio, mas admitiu que financiou atos na Avenida Paulista, em São Paulo, desde 2014 até o ano passado.
Fakhoury, no entanto, negou que tenha apoiado as últimas manifestações realizadas em 2021.
Ao ser perguntado sobre qual seria a relação com Jair Bolsonaro, Fakhoury disse ser apenas um "apoiador", negou que tenha contribuído para a campanha eleitoral de 2018, mas admitiu fez uma doação para o PSL de São Paulo, então partido do presidente.
Ao ser confrontado com a informação de que as doações não foram declaradas para a justiça eleitoral, o advogado de defesa interviu e a sessão foi suspensa.
Fakhoury também é investigado no inquérito das Fake News, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal.
Por volta das 13h30, a sessão foi paralisada e será retomada às 14h30.
HOMOFOBIA
Antes do início dos questionamentos ao empresário, o senador Fabiano Contarato ocupou a presidência da CPI para fazer um posicionamento. O político destacou a orientação sexual e a cor da pele não definem o caráter das pessoas.
Fakhoury utilizou as redes sociais nesta quarta-feira (29) para atacar o senador com um comentário homofóbico.
Contarato pediu que a polícia administrativa investigue o empresário por crime de homofobia.
CALENDÁRIO CPI
O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, anunciou que a Comissão Parlamentar de Inquérito vai apresentar o relatório final em 19 de outubro e o parecer será votado no dia seguinte.
Para a próxima semana, devem ser ouvidos um representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar, um médico da Prevent Senior e também algum representante da empresa VTCLog, que tem contratos de logística com o Ministério da Saúde.
Já o relator Renan Calheiros disse que vai propor o indiciamento do empresário Luciano Hang no relatório final porque ele teria colaborado com o que chamou de política equivocada de enfretamento a pandemia do governo federal.