A duração do conflito entre Rússia e Ucrânia será decisiva para que se tenha uma ideia mais concreta do impacto no agronegócio brasileiro.
O Brasil está entre os maiores produtores do mundo, mas depende de outros países para tratar o solo com fertilizantes. Basicamente, são três produtos químicos: potássio, nitrogênio e fósforo, explica o consultor e ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.
De acordo com ele, se a guerra for longa, pode haver problemas no plantio da próxima safra. No caso do potássio, que é quase todo importado, Rússia e Bielorrússia respondem pela metade do volume necessário no Brasil.
Com o embargo que atinge os dois países, os produtores terão que encontrar alternativas, ou terão dificuldades para tratar o solo.
Cada cultura leva um tipo de fertilizante, a soja, por exemplo, requer muito fósforo e potássio, e o milho precisa de nitrogênio. Roberto Rodrigues avalia que, em um dos piores cenários, haveria queda da produção no Brasil, com impacto direto nos preços e na inflação.
Para o consultor do canal Terra Viva, Silmar Muller, a disponibilidade de produtos ofertado pelo agronegócio está em risco. O especialista lembra que o setor já vem enfrentando dificuldades por causa da pandemia.
Com o cenário de crise, o governo decidiu acelerar a criação do plano nacional de fertilizantes, a fim de reduzir a dependência que o Brasil tem das importações.