Em vídeo obtido pela PF, Bolsonaro diz que seria preciso agir antes das eleições

Gravação foi encontrada em computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente

Rádio BandNews FM

Em vídeo obtido pela PF, Bolsonaro diz que seria preciso agir antes das eleições
Em vídeo obtido pela PF, Bolsonaro diz que seria preciso agir antes das eleições
Reprodução/Band

A Polícia Federal analisa a gravação de uma reunião realizada em 5 de julho do ano passado sobre uma tentativa de golpe de Estado.

O encontro tem a participação do então presidente Jair Bolsonaro e ministros do governo dele.

O sigilo das imagens foi derrubado nesta sexta-feira (09) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O magistrado alegou que trechos parciais e editados já estavam sendo divulgados pela imprensa brasileira.

A gravação foi encontrada com o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e que fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, já homologado pelo STF.

No vídeo do encontro da alta cúpula do governo Bolsonaro, o então presidente afirma: "Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai virar um caos o Brasil, uma grande guerrilha".

A Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF nesta quinta-feira (08), que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva contra militares, ex-ministros de Bolsonaro e aliados.

Entre os nomes estão Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira.

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, era alvo de um mandado de busca e apreensão, mas acabou preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o passaporte de Bolsonaro foi apreendido.

Para o ministro, a reunião "nitidamente revela o arranjo da dinâmica golpista da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte".

A operação ocorreu com base na delação do tenente-coronel Mauro Cid, em setembro de 2023.