A capital paulista, assim como outras cidades e estados brasileiros, registrou um pico de focos de incêndio e queimadas nas últimas semanas, aliado ao tempo seco e à má qualidade do ar. Garganta seca, nariz entupido, coriza, tosse e cansaço se tornaram queixas recorrentes em casa, no trabalho, na faculdade ou na escola.
Os principais poluentes responsáveis pela piora da poluição vêm dos veículos, da queima de biomassa e das indústrias, como a petrolífera e a da moda, consideradas as mais poluentes do mundo.
O ouvinte Almir Cordeiro conta que, na empresa onde trabalha, no Jaraguá, na Zona Norte da capital paulista, o cheiro de fumaça estava muito intenso nesta semana. O incômodo obrigou os funcionários a permanecerem em casa, mesmo nos dias de serviço presencial.
"Se puder ficar em home office, adote a medida. Em relação aos pais e mães que não levaram os filhos à escola, creches e afins em decorrência da poluição, a ideia foi protegê-los. Então, faça o seu trabalho, mas cuide-se. Se você tem equipamentos que possam ser utilizados dentro de casa, como umidificadores, utilize-os, porque o ar está muito seco e difícil de respirar", recomenda.
Enquanto a qualidade do ar estiver prejudicada, os colaboradores da empresa onde Almir atua, que já trabalham no esquema de home office, continuarão fora da empresa. Outras companhias também têm adotado medidas para cuidar da saúde da equipe.
É o caso de uma seguradora, no bairro do Paraíso, na Zona Sul da capital paulista, que mantém parte dos funcionários em casa e decidiu cancelar reuniões presenciais até a próxima semana.
O ouvinte Ari Primeiro Junior explica que a estratégia, neste momento, é evitar deslocamentos e preservar a saúde dos colaboradores.
"A gente pede para que os colaboradores usem o metrô; além da agilidade e do tempo, eles evitam ficar andando de carro para cima e para baixo, não só nessa circunstância, mas sempre. Contamos com 10 colaboradores e, com a condição do tempo, cancelamos as reuniões presenciais, mesmo aquelas com clientes, até a semana que vem. Essa mudança ajuda na produtividade da empresa e, principalmente, na saúde", conta.
Algumas medidas, como manter a casa mais fechada para evitar a entrada de poluentes, permitir a ventilação apenas nas primeiras horas da manhã e limpar os cômodos com pano molhado com mais frequência, são essenciais.
O otorrinolaringologista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, Bruno Barros, reforça alguns cuidados para quem está usando umidificadores e climatizadores para auxiliar a qualidade do ar em alguns ambientes durante o home office.
"Um umidificador simples, que faça vaporização de água e aumente a umidade no ambiente, já ajuda. Ele pode ser usado não só no quarto, mas também no ambiente de trabalho. É importante que o aparelho não seja ligado no máximo, pois, em uma situação de baixa umidade, isso pode levar a uma alta umidade, o que favorece a proliferação de fungos e pode até piorar a alergia. O ideal é mantê-lo em uma intensidade média a baixa e deixá-lo ligado à noite toda no quarto", orienta o profissional.
Os médicos recomendam ainda o uso de soro fisiológico nas mucosas e nos olhos, bem como o hábito de manter uma garrafinha de água sempre por perto, consumindo pequenos goles ao longo do dia.