O pai de Henry Borel, Leniel Borel, afirma que conversou com Jairinho sobre supostas agressões relatadas pelo menino. Durante depoimento nesta quarta-feira (6), o engenheiro disse que foi abordado pelo filho após o réveillon de 2020. Na oportunidade, a criança se queixou sobre um "abraço forte" do ex-vereador, chamado por ele de tio.
Segundo Leniel, a primeira conversa entre ele e Jairinho ocorreu no momento em que ele devolvia o filho a Monique. De acordo com o pai do menino, o ex-parlamentar teria prometido parar de dar "abraço forte" na criança. Leniel contou na sessão que esse episódio causou alerta e partir desse momento ele passou a prestar mais atenção em possíveis hematomas no corpo do filho.
Em depoimento, Leniel Borel disse que chorou e vomitou minutos antes de chegar a casa de Monique. Segundo o engenheiro, o filho não queria voltar após terem passado o fim de semana juntos. O episódio ocorreu um dia antes da morte da criança.
Leniel ainda contou que tentou acalmar o filho, falando que a "mamãe é boa". Henry, então, teria respondido que "a mamãe não é boa". Na ocasião, Monique teria dito que o garoto estava se comportando dessa forma devido a mudança para a nova casa. Durante a fala de Leniel, a professora, que acompanha a sessão presencialmente, fechou os olhos e chorou
Leniel Borel também contou que foi contatado por Monique Medeiros durante a madrugada, enquanto se preparava para pedir um carro de aplicativo para ir trabalhar. Durante o depoimento, o engenheiro disse que Jairinho falou com ele por telefone, afirmando que Henry estava tendo uma parada respiratória.
No Barra D'or, Leniel encontrou o filho numa mesa de cirurgia e questionou Jairinho e Monique sobre o que aconteceu. O ex-vereador contou que o menino havia caído. Leniel afirmou que estranhou porquê Jairinho não fez nenhum tipo de manobra para socorre-lo. O engenheiro soube da morte do filho por volta de 5h30.
Segundo Leniel, a primeira pessoa a chegar no local depois da morte foi o pai de Jairinho, o ex-deputado Coronel Jairo. Ainda durante a audiência, Leniel disse que se reuniu com as médicas que atenderam Henry. As profissionais teriam dito a ele que a criança já chegou morta a unidade.
O engenheiro contou nesse momento que uma luz vermelha se ascendeu sobre o que poderia ter ocorrido. Após a morte de Henry, Leniel Borel disse ter ouvido de Jairinho, ainda no hospital, que a vida devia seguir e que ele "poderia fazer outro filho". O engenheiro contou que, revoltados, foi confortado na ocasião por um amigo da igreja que estava no local.
Leniel disse que a percepção dele sobre a morte do filho mudou após receber o laudo elaborado pelo Instituto Médico Legal. O engenheiro também afirmou que chegou a questionar a um policial se a causa da morte seria natural. A resposta foi negativa por parte do agente.