O âncora do BandNews FM No Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, afirma que o governo falhou na escolha do novo presidente da Petrobras para substituir o general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro em março.
O indicado pelo governo, o economista e consultor em petróleo Adriano Pires, acabou desistindo de assumir a empresa, diante de conflitos de interesses.
Além dele, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que havia sido cogitado para ocupar a presidência do Conselho de Administração da estatal, já havia desistido da proposta.
Eduardo Oinegue chamou a negociação de "uma novela". Segundo o jornalista, o economista Adriano Pires é consultor de 90% das empresas de energia no Brasil. "É como você chamar o Mickey para representar um papel infantil em um desenho e depois você dizer que ele não pode ser personagem daquele filme porque trabalhou na Disney", avaliou. Oinegue considera que, por ter sido consultor da área nos últimos 30 anos, é inevitável que o economista tenha relações com empresas do setor.
O jornalista lembra que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e integrantes do Conselho de Administração da Petrobras eram contrários ao nome de Adriano Pires. No entanto, para o âncora, "não faz sentido nomes [para a Petrobras] serem apresentados e circulem com com esse grau de improviso". Na opinião de Oinegue, o caso só gerou mais desgaste para o governo.
Para ele, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, deveria ter feito uma pesquisa sobre o passado do economista antes de sugeri-lo ao presidente da República. Isso, na avaliação do jornalista, é um retrato da falta de preocupação do governo de proteger a empresa e as pessoas que estão sendo chamadas.