Eduardo Oinegue: Até quando seremos reféns dos juros altos?

Jornalista critica alta da taxa Selic como única maneira de controlar a inflação

Rádio BandNews FM

O âncora do BandNews No Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, comenta a nova alta da Selic. A taxa básica de juros aumentou meio ponto porcentual e atingiu a marca de 13,75%. Esse é o maior patamar desde 2016, quando chegou aos 14%.

Eduardo Oinegue diz que subir a taxa Selic é uma maneira que o Banco Central usa para controlar a inflação: Porém, o jornalista alerta: essa medida causa uma dependência ruim para o país: “Até quando o Brasil vai ser refém dos juros altos? Como vamos fugir dessa cilada?”.

Oinegue cita um dado relevante sobre a situação da atual economia mundial. Em um ranking com 64 países, 58 aumentaram os juros, mas o Brasil se destaca por ser o 5° que mais elevou esse índice: “Apenas quatro países subiram [os juros] mais que a gente: Ucrânia, Venezuela, Argentina e a Moldávia. O Brasil é a única economia grande que aumentou demais os juros”.

O âncora do BandNews No Meio do Dia pontua que a crise econômica é um problema mundial que cada pais está tendo que lidar. Entretanto, o jornalista questiona por qual razão eles conseguem lidar com a inflação de uma maneira melhor que o Brasil: "Por que os juros dos outros países não sobem como o nosso”.

Eduardo Oinegue diz que caso o Brasil não desenvolva outras frentes para lidar com a inflação, o problema dos juros altos vai continuar existindo: “Não tem que ser assim, não teria que ser assim. Mas vai continuar a ser assim enquanto o Brasil não fizer a lição de casa”.

Oinegue pede que os políticos discutam maneiras, assim como outros países possuem, para controlar a inflação de maneira mais saudável: “Temos que reduzir a necessidade de aumentar os juros, para assim, deixar de ser refém dessa cilada que corrói a economia [...]. Ou o Brasil escapa da política insana de combater a inflação só com aumento dos juros, ou a política insana de combater a inflação só com o aumento dos juros acaba com o Brasil”.