O governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, concedeu uma entrevista exclusiva à BandNews FM na manhã desta terça-feira (14) e falou sobre a situação do Estado, que tenta se reerguer após ser assolado por fortes chuvas e inundações.
Questionado sobre a recente declaração de que precisaria de mais recursos que os destinados pelo governo federal - além da suspensão do pagamento da dívida com a União pelos próximos três anos -, o tucano ressaltou que ainda não é possível realizar um levantamento que indique o montante necessário para reconstruir o Sul do país. Leite argumentou que, "como a água não abaixou ainda", é impossível ter uma noção exata do quanto será necessário, mas é possível projetar que os valores - e o empenho - deverão ser altíssimos.
"Essa conta é complexa. Sequer se acessou [todas] as localidades, tem cidades inundadas ainda que vai demorar a abaixar. Ainda tem que se fazer o levantamento dos setores econômicos impactados. Vai levar algumas semanas para a água baixar e o aeroporto reabrir. Tem impacto na estrutura, como pontes, estradas, ruas e avenidas que terão que ser refeitas nos municípios. Tem a infraestrutura pública como delegacias, escolas, hospitais e postos de saúde que foram impactados e precisarão ser refeitos. A parte de moradias, habitacional. Temos 80 mil pessoas em abrigos públicos, meio milhão de desalojados, pessoas que foram para casa de parentes e amigos, mas precisam de uma solução de moradia. O impacto econômico, porque a pessoa perdeu a casa e perdeu o emprego, na medida que a empresa que trabalhava também foi afetada. São tantas dimensões que, qualquer número que se coloque, ainda é impreciso. São dezenas de bilhões", disse.
A respeito da dívida com a União e o não pagamento das parcelas bilionárias pelos próximos três anos, Leite agradeceu o empenho do governo federal, mas pontuou que seu desejo é pela quitação dos valores durante esse período. "O gesto que o governo federal faz em relação a dívida é importante porque dá fôlego. É um Estado que estava, até pouco tempo, com dificuldades de pagar os salários dos servidores. Esse alívio, ainda que temporariamente sobre a dívida, nos dá um pouco mais de fôlego. Vamos precisar ainda de muitas outras ações do governo federal. Desejamos discutir que a suspensão do pagamento da dívida se transforme numa quitação disso. É um gesto importante, não quero diminuir a relevância, mas não é suficiente. O Estado levará alguns anos para fazer um reerguimento total do que aconteceu", pontuou o mandatário gaúcho.