Especialistas criticam a falta de fiscalização e de punição para quem desrespeita as regras do distanciamento social em São Paulo e defendem medidas mais duras para conter o avanço da pandemia do coronavírus. A BandNews FM conversou com cinco médicos que participaram do anúncio, em 7 de janeiro, da eficácia da Coronavac. Eles foram convidados pelo governo do estado para dar credibilidade à divulgação dos dados sobre o imunizante.
Para a doutora em biologia e microbiologista Natalia Pasternak, as medidas anunciadas até agora, com as restrições durante a madrugada e a fase laranja, podem ser insuficientes. A presidente do Instituto Questão de Ciência defende um fechamento completo por até três semanas:
Já a infectologista do Instituto Emílio Ribas Rosana Richtmann diz ser inaceitável que pessoas morram por falta de acesso à saúde e acrescenta que é preciso punir com mais rigor.
Ao todo, 286 estabelecimentos comerciais foram multados no primeiro final de semana da fiscalização reforçada em todo o estado. Apesar disso, ouvintes da BandNews FM denunciaram aglomerações e dificuldade para entrar em contato com as autoridades.
Caso as medidas já adotadas continuem a ser ignoradas pela população, será necessário aumentar as restrições. A avaliação é do diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sérgio Cimerman, que também participou da coletiva da Coronavac como convidado do governo paulista:
O infectologista Marco Aurélio Safadi alerta que é vital uma mudança no comportamento coletivo:
Já o infectologista pediátrico e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, diz que “fechar tudo” é uma possibilidade, mas pondera que é necessário avaliar a medida diariamente:
São Paulo registra mais de 2 milhões de casos e quase 70.000 mortes por coronavírus. O Centro de Contingência admitiu que estuda criar uma chamada fase roxa, ainda mais restrita que a fase vermelha, mas a decisão ainda não está tomada.
Atualmente, um em cada quatro hospitais da rede pública da capital paulista está com 100% de ocupação nos leitos de UTI. Na rede particular, as taxas variam entre 80 e 100%.