O diretor-presidente da Anvisa afirma que o órgão fez o seu papel “desde o princípio”, após descobrir que quatro jogadores argentinos preencheram sem informações verídicas a declaração de saúde do viajante quando chegaram ao Brasil.
Giovanni Lo Celso e Cristian Romero, do Tottenham, e Emiliano Buendía e Emiliano Martínez, do Aston Villa, partiram do Reino Unido e precisariam cumprir uma quarentena de 14 dias, segundo uma portaria do governo brasileiro.
Antônio Barra Torres disse que agência, sendo o poder de polícia do Estado para assuntos sanitários, emitiu uma orientação de quarentena e deportação dos atletas.
Segundo Barra Torres, a Polícia Federal compareceu ao hotel da seleção argentina e, ao não encontrar os quatro jogadores, dirigiu-se à Neo Química Arena, palco do jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
O diretor da Anvisa chamou a situação, que levou à suspensão do Superclássico, de “desagradável” e “lamentável”, mas falou ser necessário “cumprir a lei”.
Em nota, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também se manifestou sobre a interrupção da partida. O órgão lamentou os fatos e se disse "surpreso" com a medida tomada pela Anvisa.
Já a FIFA afirma que dará mais detalhes "no devido tempo":
Ainda nas redes sociais, a Associação de Futebol Argentino divulgou uma nota lamentando a interrupção da partida diante do Brasil pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.
Confira, na íntegra, o texto divulgado pela CBF:
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamenta profundamente os fatos ocorridos e que acabaram por provocar a suspensão da partida entre Brasil e Argentina, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA Catar 2022.
A CBF defende a implementação dos mais rigorosos protocolos sanitários e os cumpre na sua integralidade. Porém ressalta que ficou absolutamente surpresa com o momento em que a ação da Agência Nacional da Vigilância Sanitária ocorreu, com a partida já tendo sido iniciada, visto que a Anvisa poderia ter exercido sua atividade de forma muito mais adequada nos vários momentos e dias anteriores ao jogo.
A CBF destaca ainda que em nenhum momento, por meio do Presidente interino, Ednaldo Rodrigues, ou de seus dirigentes, interferiu em qualquer ponto relativo ao protocolo sanitário estabelecido pelas autoridades brasileiras para a entrada de pessoas no país. O papel da CBF foi sempre na tentativa de promover o entendimento entre as entidades envolvidas para que os protocolos sanitários pudessem ser cumpridos a contento e o jogo fosse realizado.
A CBF reitera sua decepção com os acontecimentos e aguarda a decisão da CONMEBOL e da FIFA em relação à partida.