Após a divulgação de que o apresentador de televisão Fausto Silva precisaria de um transplante de coração, devido à insuficiência cardíaca que o atingira, muito se comentou sobre o tempo de espera que levaria para que a cirurgia fosse realizada.
No entanto, com 23 dias internados e na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 20 de agosto, Faustão recebeu um coração doado para realização do transplante no último domingo (27).
Entetanto, mesmo com as informações públicas de que o tempo de espera para transplante cardíaco para aqueles cujo tipo sanguíneo são 'B' costuma durar de um a três meses, houve especulação sobre suposto privilégio de Faustão na fila do SUS.
Francisco Monteiro, coordenador da central de transplantes do Estado de São Paulo, concedeu uma entrevista exclusiva à BandNews FM e explicou que as críticas são infundadas e que é impossível um paciente furar a fila de doadores.
"Existe um cadastro técnico e esse cadastro é único nacionalmente. É a fila de espera de um transplante. Existe um sistema informatizado de gerenciamento on-line para todo Brasil. Todas as centrais de transplantes utilizam esse sistema quando há um doador disponível. […] É impossível haver interferência na central de transplantes."
Segundo explicação do especialista, a lista segue determinadas regras para distribuição dos órgãos, entre eles a tipagem sanguínea.
"Um doador que seja do grupo sanguíneo 'B', apenas receptores do grupo sanguíneo 'B' ou 'AB' é que vão receber órgãos desse doador. Receptores do grupo 'A' ou 'O' automaticamente são descartados."
Outros dados como tamanho do órgão também precisam ser levados em consideração. Por exemplo, um coração de uma pessoa que pesa 80 quilos não caberia no mesmo espaço de outro indivíduo que pesa 50 quilos.
Questionado sobre a recusa do primeiro paciente na fila de possíveis receptores do coração que Fausto Silva recebeu, Francisco explicou que a equipe médica responsável determinou a recusa por possível incompatibilidade.