
A dura derrota do Brasil diante da Argentina nas Eliminatórias Sul-Americanas repercute nos bastidores. Treinador da seleção na Copa do Mundo de 2010, Dunga entende que o time comandado por Dorival Jr tem muitos problemas, que foram expostos na goleada por 4 a 1 sofrida na última terça-feira, em Buenos Aires. Só que o cenário grave vai além da comissão técnica e dos atletas escolhidos.
"A seleção tá oscilando, o momento é delicado, mas a gente tem que torcer. Todo mundo tem de apoiar, os jogadores têm de se sentir abraçados pelo povo, pra gente se classificar. Depois, é outra história", resumiu.
Em um evento em Belo Horizonte, o volante tetracampeão em 1994 concedeu uma entrevista exclusiva à BandNews FM.
Para Dunga, uma série de circunstâncias tem feito a seleção não desempenhar um bom futebol - não apenas nesta Data Fifa. O ex-jogador questionou, em tom irônico, a reeleição do presidente Ednaldo Rodrigues à frente da entidade.
"Foi unanimidade a eleição do presidente, né? Então, parece que está tudo correndo bem", afirmou.
Dunga reafirmou que o companheiro de ofício, Dorival, teve resultados expressivos no São Paulo, no Flamengo, e no Ceará. E que é normal a oscilação entre partidas.
"[O Dorival] tá tendo dificuldades pra montar a equipe? Todo mundo está vendo. Mas, quem não teve? Acho que é momento de apoiar", completou.
Polêmica com Raphinha
Sobre a polêmica declaração do meia-atacante da seleção brasileira, que em entrevista ao ex-jogador Romário prometeu dar "porrada neles" e marcar um gol no clássico contra a Argentina, Dunga se posicionou.
Ele entende que, no futebol atual, com todas as mídias sociais, toda e qualquer declaração toma uma proporção "extravagante". E admite que gostaria um controle maior do staff da CBF.
"Isso reforça que a seleção deveria ser blindada. Falar alguma coisa... Depois do jogo, apenas. Se todo mundo quer fazer uma matéria, uma reportagem especial - eu entendo -, mas vai mais ajudar ou prejudicar a seleção?".