O governador de São Paulo, João Doria, criticou nesta quarta-feira (19) a falta de vacinas pediátricas no Brasil e disse que o Ministério da Saúde foi lento na aquisição dos imunizantes da Pfizer destinados para crianças de 5 a 12 anos. Em entrevista à Rádio BandNews FM, o político do PSDB afirmou estar confiante na aprovação da CoronaVac para uso em menores de idade e destacou que a vacina do Instituto Butantan será responsável pelo avanço da campanha de imunização infantil.
O governador foi o primeiro entrevistado na retomada da série de entrevistas com governadores e prefeitos que a rádio promove para falar do combate ao coronavírus no atual estágio da pandemia no país com o avanço da variante Ômicron.
Nesta semana, o Brasil completou um ano do início da vacinação contra a Covid-19, iniciou campanha de vacinação das crianças, mas se preocupa com um cenário preocupante de aumentos dos casos do coronavírus.
Atualmente, no país, quase 70% dos brasileiros tomaram as duas doses. No estado de São Paulo, quase 80% da população está com o esquema vacinal completo.
Mesmo com o avanço da vacinação, o estado vê hospitais ficarem lotados, faltam testes para o diagnóstico da doença e existe a recomendação da volta de restrições por conta do avanço do vírus.
Apesar disso, o governador afirma que, neste momento, a reabertura de hospitais de campanha está descartada, mas que sua equipe monitora a situação dos números.
Segundo Doria, caso alguma cidade precise, o governo tem condições de ampliar a oferta de leitos para os municípios que atingirem ocupação superior a 85% nos leitos destinados a Covid.
Sobre a vacinação infantil, o governador disse ser "inconcebível" que cerca de 20% das pessoas não queiram vacinar seus filhos. Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana apontou que 17% dos brasileiros não apoia a imunização contra a Covid-19 dos menores de idade.
O político ainda fez críticas ao governo federal sobre a condução da pandemia e cobrou o envio de mais doses pediátricas aos estados.
João Doria não quis adiantar se o estado fará novas restrições em função do avanço da variante ômicron, mas afirmou que, nesse momento, não é possível fazer nenhum tipo de flexibilização.
Os municípios, no entanto, podem, segundo ele, adotar medidas mais restritivas que o estado.
O governador confirmou que só fica à frente do Palácio dos Bandeirantes até o dia 31 de março, data limite para que ele deixe o cargo e possa disputar as eleições para presidente.