O ex-presidente Michel Temer reagiu de novo às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou o impeachment de Dilma Rousseff como "golpe". Temer afirmou que não será “abusado” e garantiu que "sabe lidar com bandido”.

As declarações foram dadas pelo emedebista durante uma entrevista exclusiva para a colunista de política da BandNews FM Dora Kramer.

Em agenda no Uruguai nesta quarta-feira (25), Lula voltou a falar que Temer chegou à Presidência após um golpe.

O ex-presidente disse não saber o motivo dos ataques, mas acredita que o petista pode tê-lo escolhido como adversário para fortalecer a narrativa de que a saída de Dilma foi ilegal, deixando de lado o fato de que o Congresso e o Judiciário legitimaram o impeachment.

Ele foi direto ao afirmar, segundo Dora Kramer, que “não será abusado” e que, caso necessário, vai falar “umas verdades sobre o que o PT fez e não fez”.

“Acho que eu sou uma pessoa muito educada, mas eu quero lembrar que fui secretário de Segurança Pública de São Paulo e sei lidar com bandido”, afirmou Michel Temer.

O ex-presidente ainda disse que Lula deveria agradecê-lo pela indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal.

“Se houve golpe e se eu sou golpista, então a nomeação de Alexandre de Moraes também é ilegítima”, completou o emedebista.

Dora Kramer avalia que o MDB não deve reagir, mas acrescenta que Michel Temer não está disposto a ser “saco de pancadas”.

“É o PT reescrevendo a história. Se é para falar de gole, na hora da decretação do impeachment no Senado, houve um golpe na Constituição que todo mundo deixou passar. Pela Constituição, Dilma seria inelegível. Se formou uma gambiarra para que ela tivesse os direitos preservados. Ela concorreu ao Senado de Minas Gerais e ficou em 4º lugar. O eleitor deu seu jeito de cumprir a Constituição”, analisou a colunista de política da BandNews FM.