Dólar sobe e atinge R$ 5,52 após falas de Lula sobre corte de gastos

Alta da moeda americana teve influência dos dados do IPCA-15 e repercussão de falas do presidente

Rádio BandNews FM

Dólar sobe e atinge R$ 5,52 após falas de Lula sobre corte de gastos
O dólar voltou a subir nesta quarta-feira (26) e bateu R$ 5,52.
Agência Brasil

O dólar voltou a subir nesta quarta-feira (26) e bateu R$ 5,52. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou mais cedo o o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia oficial da inflação. No entanto, os dados vieram melhor do que o esperado pelos analistas do mercado financeiro, que aguardavam uma alta de 0,45%. A inflação em junho ficou em 0,39%. Os alimentos puxaram o avanço da inflação no período.

No mês anterior, o indicador havia registrado uma alta de 0,44%. Em junho de 2023, a alta foi de 0,04%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula 4,06%.

A elevação da moeda americana pode ser explicada como uma reação a um discurso do presidente Lula sobre corte de gastos do governo. Ele defendeu o equilíbrio fiscal por meio da arrecadação. “O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou aumentar a arrecadação”, afirmou Lula em entrevista ao UOL.

Lula descartou também a possibilidade de o governo desvincular pensões e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da política de ganhos reais do salário mínimo. “Garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República”, afirmou. “Eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos”. A declaração vai de encontro ao que vinha defendendo o presidente do Banco Central.

Roberto Campos Neto afirmou ser favorável à desindexação do salário mínimo da Previdência Social.

Na mesma entrevista, Lula evitou responder sobre se vai indicar o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado para a função pelo presidente e que antes exercia a função de principal auxiliar de Fernando Haddad no ministério da Fazenda, para a presidência do Banco Central.

O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina em 2025 e a expectativa é que o presidente indique um outro nome para o cargo. Lula classificou Galípolo como um “companheiro preparado", mas argumentou que ainda não pensa na sucessão de Campos Neto.

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