Diretora da Precisa retorna à CPI e senadores esperam mais do que o silêncio

Retomada do depoimento iniciado nesta terça-feira (13) ocorre após pronunciamento do STF; presidente da Precisa também foi convocado

Rádio BandNews FM

Fala da diretora-técnica da Precisa Medicamentos foi suspensa após ela alegar estar exausta de esperar
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A CPI da Pandemia retoma nesta quarta-feira (14) o depoimento da diretora-técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. A fala da executiva na comissão foi suspensa após ela alegar estar exausta de esperar. O depoimento ficou paralisado por mais de seis horas enquanto esperava uma decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o direito de testemunhas e investigados ficarem em silêncio. O presidente da empresa, Francisco Maaximiano, também foi convocado para comparecer ao Senado.

Ele conseguiu no STF o direito de ficar em silêncio e tem o depoimento reanalisado na comissão.

No início da noite desta terça-feira (13), o presidente do STF, ministro Luiz Fux, reafirmou que a depoente tem o direito de permanecer em silêncio durante perguntas que entender que podem a incriminar. No entanto, o magistrado afirmou que a CPI deve avaliar se o direito ao silêncio está sendo extrapolado e adotar as providências que julgar necessárias.

Logo no início do depoimento, Medrades se recusou a fazer o compromisso de dizer a verdade e se amparou em um habeas corpus para não responder as perguntas dos senadores. Por duas horas, a diretora da Precisa ouviu as perguntas e os discursos dos senadores sem falar nada. Ao se recusar a responder sobre os vínculos empregatícios com a empresa, os senadores se irritaram e falaram em desobediência da ordem judicial por entenderem que o direito ao silêncio não era indiscriminado para perguntas que envolvessem terceiros.

Medrades ainda pontuou que se considerava investigada por ter os sigilos fiscal e bancário quebrados, por isso, não falaria na CPI.

Os funcionários da Precisa Medicamentos são ouvidos em busca de respostas sobre a negociação de compra da vacina Covaxin. Vinte milhões de doses foram negociadas por R$ 1,6 bilhão. O contrato mais caro do Ministério da Saúde e o único negociado com um representante terceiro e não diretamente com o laboratório produtor do imunizante, neste caso a Bharat Biotech.

Nesta quarta (14), era esperado o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paulo. Mas o fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários apresentou um atestado médico de problemas renais para justificar a falta. O religioso recebeu o aval do Ministério da Saúde para negociar a compra de até 400 milhões de doses da AstraZeneca por meio da Davati Medical Supply. A empresa baseada nos Estados Unidos ofereceria imunizantes sem a comprovação de que teria condições de entregar o produto.

Uma perícia com médicos do Senado comprovaram os problemas de saúde e o depoimento ainda não tem data para ocorrer.

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