A diretora técnica da Precisa Medicamentos Emanuela Medrades é ouvida pela CPI da pandemia nesta quarta-feira (14) e afirma que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello não participou da negociação na compra de vacinas da Covaxin e que foram feitas reuniões com o então secretário Elcio Franco.
Emanuela afirmou que, a partir do momento em que percebeu que a Covaxin era uma vacina promissora, decidiu procurar o ministério por conta própria. Segundo ela, a negociação para a compra foi mais rápida que as outras porque a Precisa aceitou todas as condições do Ministério da Saúde.
A diretora ainda negou à CPI que a empresa tenha recebido ajuda da diplomacia brasileira ao negociar a importação de doses da vacina indiana Covaxin. Emanuela chegou a ressaltar que as primeiras tratativas com o governo federal ocorreram em junho do ano passado.
Ela afirma que a Precisa tentou reduzir os preços da Covaxin.
No início da sessão, Emanuela afirmou que pretende responder todos os questionamentos, ao contrário do que ocorreu na terça-feira (13), quando seus advogados aconselharam que ela se negaria a responder as perguntas. Com isso, o presidente Omar Aziz suspendeu a sessão e enviou um embargo ao ministro do STF, Luiz Fux, pedindo esclarecimentos do pedido de habeas corpus concedido a depoente.
A diretora técnica da Precisa Medicamentos ainda afirmou que, na primeira reunião com o Ministério da Saúde em novembro do ano passado, o laboratório Bharat Biotech ainda não sabia o preço final da vacina Covaxin. Ela pontuou que a vacina nunca foi ofertada por 10 dólares. No contrato assinado em fevereiro, o Ministério da Saúde concordou em pagar 15 dólares.
Senadores a questionaram sobre esse fato, já outros depoentes afirmaram que o valor foi discutido em uma reunião com o governo federal. O valor também consta em documento enviado a CPI. Ela ainda disse que se encontrou com Roberto Dias, exonerado do cargo de diretor de Logística, para tratar do assunto.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, anunciou que depoimento de Francisco Maximiano, sócio-presidente da Precisa, que tinha expectativa de ocorrer ainda nesta quarta (14), será remarcado para agosto.
Sobre o pagamento das vacinas, a diretora da Precisa Medicamentos afirmou que seria feito em nome de uma offshore de Singapura para o recebimento das primeiras doses da Covaxin seria um procedimento normal. Ela também disse que o pagamento no valor de 45 milhões de dólares seria feito diretamente ao laboratório indiano Bharat Biotech e que a empresa adotou esse procedimento em outros contratos com o Ministério da Saúde, como o de fornecimento de preservativos femininos.
Emanuela Medrades ainda negou que a Precisa teria feito um lobby com os parlamentares para favorecer a Covaxin.
Mas, o senador Alessandro Vieira disse que não houve pagamento por produtos fornecidos pela Precisa Medicamentos em nome de empresas no exterior. Antes, ela também ressaltou que os contatos para negociação iniciaram em junho de 2020.