A CPI da Pandemia volta a se reunir, nesta quarta-feira (25), com o depoimento do diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Júnior, que deve esclarecer pontos da negociação do Governo Federal para a compra da vacina indiana Covaxin.
A principal linha de investigação da comissão trata sobre um contrato no valor de R$ 1,6 bilhão. O termo de contratação do imunizante ainda previu, também, a necessidade do pagamento de uma garantia no valor de quase R$ 81 milhões.
Apesar do nome, o FIB não tem autorização para atuar como instituição financeira. A empresa tem recebido, inclusive, contestações da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, nas garantias que tem prestado a contribuintes alvos de execuções fiscais.
O nome do FIB foi mencionado na CPI, pela primeira vez, na última semana, quando os parlamentares levantaram questões sobre a escolha de uma empresa para afiançar um contrato caro como o da Covaxin.
Nessa ocasião, o empresário Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, foi questionado por que não procurou uma fiança com bancos mais conhecidos. Ele preferiu, contudo, se manter em silêncio.
Ao longo desta terça-feira (24), os parlamentares ouviram o empresário Emanuel Catori, diretor da Belcher Farmacêutica. A companhia representaria o laboratório chinês CanSino, que negociava uma vacina contra a Covid-19 com o Ministério da Saúde.
Em depoimento, Catori afirmou que conseguiu acesso a representantes da pasta por intermédio do deputado federal Ricardo Barros, líder do governo na Câmara. Ele, no entanto, negou que o laboratório tivesse outros intermediários no País.
Também perguntado sobre a relação da farmacêutica com a empresa chinesa, Catori afirmou que a CanSino rompeu unilateralmente o contrato de fornecimento de vacinas com a Belcher no dia 10 de junho.
Emanuel Catori se comprometeu a dizer a verdade quando questionado pelo presidente da comissão, o senador Omar Aziz. Mesmo assim, ele já tinha obtido - junto ao Supremo Tribunal Federal - o direito de se manter calado frente a perguntas que poderiam incriminá-lo.
Agora, a expectativa é que a CPI continue apurando as relações existentes entre empresários de farmacêuticas e o parlamentar Ricardo Barros.