Nesta quarta-feira (22), o colegiado ouviu o depoimento do diretor do Plano de Saúde Prevent Sênior, Pedro Batista Jr, já que a empresa é suspeita de ocultar mortes de pacientes que participaram de um estudo sobre tratamento com medicamentos como a Cloroquina.
Questionado pelos parlamentares, Pedro Batista afirmou que todos os pacientes consentiram em participar do estudo, e que não houve testagem em massa com tal medicamento.
Ainda no depoimento, Pedro Batista Júnior acusou dois ex-médicos da empresa de manipularem uma planilha do estudo e encaminhar o arquivo a uma advogada.
Segundo o diretor-executivo, o dossiê que foi entregue à CPI possui dados manipulados, furtados e adulterados para atacar a Prevent Sênior, e também pontuou que a empresa vem sofrendo acusações sem fundamentos desde o início da pandemia.
Pedro Batista Júnior negou que tenha sido proibido o uso de Equipamentos de Proteção Individual por médicos da empresa, e ressaltou que foram gastos mais de R$ 80 milhões de reais em EPIs e que o Ministério Público comprovou o cumprimento dos protocolos.
Além disso, o Diretor-Executivo afirmou que cada paciente recebia o que era receitado pelo médico, e o depoente também se recusou a dar informações sobre a causa dos óbitos do médico Anthony Wong e da mãe do empresário Luciano Hang.
A CPI afirma ter evidências de que ambos morreram de Covid-19, ao contrário do que foi divulgado.
Antes do término da sessão, o relator da Comissão, Senador Renan Calheiros, passou o Pedro Batista Junior para a condição de investigado. Com isso, o colegiado chega ao número de 32 investigados, e entre os nomes estão o empresário Carlos Wizard, o Ex-Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, além dos médicos Nise Yamaguchi, Paulo Zanoto e Luciano Dias Azevedo.
A comissão vai ouvir, nesta quinta-feira (23), o depoimento de Danilo Trento, os senadores querem entender o grau de envolvimento do empresário com os contratos da Covaxin, além de Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos.
A Comissão também investiga a ligação de Trento com a empresa Primarcial Holding e Participações, além das relações comerciais com Marcos Tolentino que é apontado como sócio oculto do FIB Bank, empresa que avalizou o contrato da Covaxin com o Ministério da Saúde.