Dina Boluarte assume presidência do Peru após prisão de Pedro Castillo

Então presidente do país, Castillo decretou situação de exceção, impôs um toque de recolher e dissolveu o Parlamento, medidas consideradas como um golpe

Rádio BandNews FM

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Dina Boluarte é a primeira mulher a assumir a presidência do Peru.
Foto: Reuters

Após um dia marcado por reviravoltas, Dina Boluarte assumiu a presidência do Peru nesta quarta-feira (07). Ela era vice-presidente de Pedro Castillo, que foi preso após decretar situação de exceção, impor um toque de recolher e dissolver o Parlamento do país.

Em reação, uma sessão de emergência do Congresso destituiu Castillo do cargo por "permanente incapacidade moral". A moção de vacância foi aprovada com 73 votos a favor, 32 contra e seis abstenções.

Imagens da TV peruana mostraram Pedro Castillo e a família deixando a Casa de Pizarro, palácio do governo do Peru, e logo depois sendo detidos.

As ações do então presidente do país foram tomadas em uma tentativa de impedir a votação de um processo de impeachment por denúncias de corrupção, o terceiro em um período de um ano e meio.

Segundo o artigo 134 da Constituição peruana, "o Presidente da República tem o poder de dissolver o Congresso se este tiver censurado ou negado sua confiança a dois gabinetes".

A atitude de Pedro Castillo gerou revolta e foi classificada como uma tentativa de golpe. A nova presidente do país, Dina Boluarte, escreveu nas redes sociais: "Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei".

O Ministério Público do Peru anunciou que vai tomar ações legais contra Castillo e lembrou que nenhuma autoridade pode se colocar acima da Constituição. Já as Forças Armadas e a Polícia Nacional do Peru destacaram que respeitam a ordem constitucional e que o agora ex-presidente só teria direito de dissolver o Congresso se os deputados tivessem derrubado todos os ministros de governo, o que não aconteceu.

Lembrando que a dissolução do Congresso não é algo raro na conturbada história política peruana. Em 2019, o então presidente Martín Vizcarra adotou a medida, convocando novas eleições. O mesmo ocorreu em 1992, durante a gestão de Alberto Fujimori, que posteriormente incluiu esse artigo na Constituição.

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