O número de bolsas de pós-doutorado no Brasil cai de 9 mil para 7 mil, entre 2015 e 2019, o que pode ameaçar a produção científica do país.
Além disso, as bolsas de pesquisas da Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPQ, não têm reajuste desde 2013.
O valor de 1.500 reais para mestrado e 2.200 reais para doutorado, na maioria dos casos, é a unica renda dos bolsistas, porque é exigida dedicação exclusiva às pesquisas.
O presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, Odir Antonio Dellagostin, diz que esses valores impactam na procura por parte de candidatos.
Por causa das dificuldades, a doutoranda em química Nathalia Costa pensa em ir para outro país quando terminar o doutorado, o que tem sido comum entre os estudantes.
De acordo com Dellagostin, o investimento em pesquisa serve para o profissional dar retorno para a sociedade através do conhecimento.
Cinco fundações estaduais (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Maranhão e Amazonas) anunciaram reajustes entre 20% e 35%, mas seria necessário um aumento linear, de no mínimo 60% para acabar com a defasagem.
A Fundação de Pesquisa da Bahia informou que realiza estudos para viabilizar um reajuste.
Em nota, o governo federal disse que analisa a possibilidade de reajustes, mas que precisa levar em consideração a responsabilidade fiscal.
Atualmente, o Brasil ocupa a décima terceira posição em produção cientifica no mundo.