A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal vão analisar o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general da reserva Gonçalves Dias prestou nesta sexta-feira (21). Ele foi ouvido pelos investigadores do inquérito que apura os atos criminosos do dia 8 de janeiro.
Na ocasião, manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes, no centro de Brasília, e Gonçalves Dias foi flagrado no meio dos invasores por câmeras do circuito interno do Palácio do Planalto.
No depoimento, que durou quase cinco horas, o ex-ministro disse ter sido enganado por agentes do GSI após ter sido informado que as câmeras do 3º andar do local estavam danificadas.
Dias também disse que contava com a atuação efetiva da Polícia Militar do Distrito Federal e com o bloqueio das vias de acesso e chegou a pedir a presença de mais 40 agentes.
Ainda na oitiva, ele acusou o general Augusto Heleno, que comandava o GSI até o ano passado, de manter informantes dentro do gabinete e que suspeita que o vazamento das imagens tenha partido deles.
O ministro-chefe das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que as imagens não destroem a biografia do ex-ministro, mas que a apuração da PF é necessária.
Já o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que assumiu o GSI de forma interina, afirmou que a possibilidade de mudanças no gabinete ainda não está descartada.