Nesta sexta (29) comemora-se o Dia Nacional do Livro e a crise no mercado editorial começa a dar sinais de recuperação.
Em 2020, o faturamento do setor foi 8,8% menor do que em 2019, segundo pesquisa produzida pela Nielsen Book, a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
Mas, depois de alguns meses de vendas em queda na pandemia, o setor se reinventou. É o que conta Marcos da Veiga, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros:
“A partir de outubro a gente vê outro fenômeno muito positivo que foi uma abertura sem precedentes de novas livrarias. A gente vinha num mercado em crise durante muito tempo e de repente a gente tá falando só de notícias positivas.”
Em 2021, as demandas no mercado editorial foram cerca de 40% a mais do que o volume atingido em 2020.
A entrada de livrarias e editoras no mercado virtual ajudou nessa virada, dentre outros fatores como explicado por Marcos da Veiga:
“Essa leitura vem pela disponibilidade de tempo, ela vem pela redescoberta, pelo desenvolvimento do hábito [de ler] e também pelo fato de que as editoras e livrarias estão mais próximas dos leitores. ”
Foi exatamente o caso da estudante Karla Nascimento, que, com mais tempo livre, passou a ler mais:
“Desde que eu comecei a economizar praticamente quatro horas de transporte público eu comecei a ler muito. Meus hábitos de leitura melhoraram bastante durante o primeiro ano de pandemia.”
A Ana Flávia é de Belo Horizonte e fala que durante o confinamento descobriu como amar a literatura e adquiriu o hábito de ler:
“Eu tomei gosto por isso. Eu simplesmente achei uma forma de fugir do mundo em que a gente está vivendo.”
No entanto a melhora no setor em razão da pandemia não é suficiente, visto que o Brasil é um dos países que tem o índice de leitura mais baixos do mundo.
2,5 livros são lidos inteiros por pessoa no ano, segundo a pesquisa retratos da leitura no Brasil e, durante os últimos 20 anos de pesquisa, esse número não mudou.
O presidente da Câmara Brasileira do Livro, Vitor Tavares, alerta que ainda temos muito o que recuperar, mas que é possível incentivar o setor por meio de políticas públicas e do incentivo da leitura.