Despoluição do Rio Pinheiros é um projeto de longo prazo, avalia pesquisadora

85% das águas já têm mais oxigênio e menos poluição

Bruno Capozzi

Rio Pinheiros
Governo de São Paulo

Apesar dos avanços na despoluição do Rio Pinheiros, o processo para a recuperação total ainda será longo - segundo a coordenadora do Projeto Índice de Poluentes Hídricos da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Marta Marcondes.  

Dos 13 pontos de monitoramento, segundo o Governo de São Paulo, 11 apresentam a Demanda Bioquímica de Oxigênio abaixo de 30 miligramas por litro. Essa é a quantidade mínima para que a água não tenha odor, melhore a turbidez e permita a vida aquática.  

Em entrevista à BandNews FM, Marta Marcondes explicou que outros indicadores devem ser levados em consideração para medir o avanço da despoluição: “não é somente o DBO, nós temos que pensar também na quantidade de oxigênio dissolvido e a carga de fósforo total. O oxigênio ainda está muito baixo e o fósforo muito alto. Mas o trabalho que está sendo feito reflete positivamente”. 

A coordenadora do Projeto Índice de Poluentes Hídricos da Universidade Municipal de São Caetano do Sul ressalta que, de 2019 pra cá, houve uma melhoria com as obras no Rio Pinheiros. As bacias que chegam ao rio também estão sendo despoluídas.  

Mas, na avaliação de Marta Marcondes, esse é um projeto de longo prazo: “a gente não consegue despoluir o rio até o final do ano. Ao longo de décadas, o Rio Pinheiros recebeu poluentes das casas, indústrias e das águas das ruas. O rio vai precisar de uns 10 anos para se restabelecer”.  

Programa Novo Rio Pinheiros 

Um estudo do governo do Estado de São Paulo indica que o Rio Pinheiro tem 85% dos pontos de medição dentro das metas de limpeza. 11 das 13 áreas de monitoramento apresentam índices de DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio - abaixo de 30 miligramas por litro. Em 2019, a média no rio ficava entre 60 e 75 miligramas por litro. 

A Usina Pedreira, logo após a represa Billings, e o Cebolão, encontro dos rios Pinheiros e Tietê, são os locais onde a água permanece muito poluída. O dado foi apresentado nesta quinta-feira (24) pelo governador João Doria, que divulgou resultados do Programa Novo Rio Pinheiros. 

Quase 63 mil toneladas de lixo e 687 mil metros cúbicos de sedimentos foram removidos do rio, de acordo com o governador. 

João Doria também destacou o início das obras de revitalização da Usina São Paulo, antiga Usina da Traição. A ação deve receber investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão da iniciativa privada. Quando estiver pronto, o empreendimento deve funcionar 24 horas por dia, segundo o governador.  

A modernização do espaço, que será realizada por meio do consórcio Usina São Paulo SPE S.A, vencedor do processo de concessão, prevê a implantação de restaurantes, lojas nacionais e internacionais, cinema ao ar livre, escritórios, rooftop com cafés e restaurantes, mirante, academia e outras atrações. 

Desde 2019, mais de 550 mil imóveis foram conectados à rede de esgoto em São Paulo. 

De São Paulo, Bruno Capozzi

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