A brasileira Maria Paula Marinho, esposa do zagueiro Marlon, do Shaktar Donestk, afirma que o cenário é "desesperador" na Ucrânia.
Ela está em um hotel na capital, Kiev, aguardando orientações do governo brasileiro para deixar o país em segurança. "A situação é desesperadora. Um dos meus filhos têm 3 meses. Não temos nenhuma informação e não sabemos o que fazer. É desesperador colocar todo mundo em um ônibus e simplesmente tentar ir para a Polônia. Mas até que ponto vamos ficar em uma pista nos colocando em risco já que não tem como se locomover? Estamos abandonados pelas autoridades brasileiras", conta.
Maria Paula ainda relata que precisou ir ao mercado para comprar itens básicos, como água, para garantir abastecimento caso fique inviável sair pelas ruas mais pra frente. Ela e a família acordaram de madrugada na expectativa de respostas. "Toda noite está difícil para dormir, pois tenho monitorado a Embaixada Brasileira em Kiev. Observei da janela da minha casa meus vizinhos saindo correndo fazendo as malas e deixando o nosso condomínio de carro. Liguei a televisão e vi que o aeroporto está fechado. No momento, não temos uma solução e entendemos que só vamos sair daqui com a ajuda do Governo brasileiro", afirma.
A brasileira disse em entrevista exclusiva à Rádio BandNews FM que não quer ficar no hotel "esperando para ver o que vai acontecer".
A família no Brasil, ela conta, tem sido fundamental para orientá-los. Maria Paula afirma que pediu que todos "tivessem a cabeça boa e informações seguras".
Ela explica ainda que o Shaktar orientou os atletas a saírem de casa com todos os documentos e se concentrarem juntos em um local seguro. Mas a única opção, por enquanto, é pegar um ônibus e ir até a Polônia. "Tentamos pensar no trem, mas hoje seria inviável e sem a certeza de que daria certo fazer o trajeto para sair do país. É complicado estar com crianças, pois virou um momento de sobrevivência", ressalta.
Ela está com um grupo de familiares e amigos, além de três filhos pequenos, aguardando orientações do Governo brasileiro para tentar sair do país. Marlon e outros jogadores brasileiros que atuam na Ucrânia começaram a se manifestar publicando vídeos nas redes sociais em busca de ajuda. Só no Shaktar, são 12 brasileiros vestindo a camisa do clube. Donestk foi uma das regiões que o governo russo reconheceu como independentes.