Em entrevista exclusiva à BandNews FM, o deputado Luis Miranda afirma que vai apresentar na sexta-feira (25) à CPI da Pandemia as provas que diz ter de irregularidades alertadas ao presidente Jair Bolsonaro cometidas na compra da vacina Covaxin.

O parlamentar do DEM do Distrito Federal alegou que o irmão dele, que é servidor do Ministério da Saúde, teve conhecimento de crimes.

Luis Miranda indicou que, além de os valores para a aquisição das doses estarem muito acima dos demais imunizantes, os custos para a contratação ficaram a cargo do Brasil, o que não é praxe, assim como a nota fiscal aponta o pagamento para uma empresa que não é aquela que constava no contrato.

O deputado disse que sabe de outras irregularidades cometidas nesse negócio.

Ele apontou que levou pessoalmente as denúncias a Jair Bolsonaro no dia 20 de março.

O presidente da República teria dito que levaria os indícios de irregularidades à Polícia Federal.

Miranda afirmou que, no dia seguinte em que repassou os documentos a Bolsonaro, viajou com o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para São Paulo, onde participaria de uma cerimônia de chegada de vacinas ao Brasil.

O parlamentar relatou que levou as acusações ao general no avião.

Pazuello teria respondido ao deputado que a sensação dele é que daquela semana "não passaria" no cargo exatamente por já ter lutado contra esse tipo de crime no ministério da Saúde.

Luis Miranda apontou que, desde então, ninguém da Polícia Federal o procurou ou entrou em contato com integrantes do gabinete dele.

No dia 31 de março, o irmão do deputado prestou depoimento ao Ministério Público em condição de testemunha sobre um outro caso e relatou as irregularidades.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, falou que vai solicitar segurança para Luis Miranda e para o irmão dele.

O deputado afirmou acreditar que a vida dele está em risco e ressaltou que tem receio das represálias que sofrerá por causa das denúncias.

Luis Miranda disse que Eduardo Pazuello era o único ministro a par das denúncias.

No entanto, o parlamentar alegou que levou ao ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, dois outros casos em 2019 de irregularidades no ministério da Saúde.

O parlamentar foi entrevistado por Pablo Ribeiro e Helen Braun no BandNews FM no Meio do Dia.