O deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) passou a madrugada desta quarta-feira (30) na Câmara dos Deputados para evitar a colocação de uma tornozeleira eletrônica por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. O magistrado determinou que a Polícia Federal entrasse no Congresso para cumprir a decisão, mas os parlamentares têm imunidade na Casa.
O deputado bolsonarista é um dos acusados na ação dos atos antidemocráticos que tramita no Supremo Tribunal Federal. Nesta terça-feira (29), o Supremo Tribunal Federal determinou que a PF fosse acionada para a colocação de uma tornozeleira eletrônica no político fluminense. A decisão ocorre depois de Silveira não comparecer para colocar o equipamento desde sexta-feira (26), quando decisão judicial determinou a recolocação do aparelho.
Daniel Silveira ficou até o início da madrugada no Plenário da Câmara. Por volta da 1h, ele foi com um travesseiro para o gabinete parlamentar que mantém no anexo 4 da Casa. O deputado federal Luiz Lima (PL-RJ) entrou com colchão no local e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) levou água e pediu pizzas para o amigo.
A equipe do deputado disse na manhã desta quarta (30) que não consegue contato com o deputado Silveira desde a madrugada e o gabinete está trancado.
Daniel Silveira ficou sete meses preso por conta de ameaças aos ministros do STF. Ele virou réu no Supremo e foi liberado da prisão domiciliar com o uso da tornozeleira eletrônica. Em novembro de 2021, o parlamentar conseguiu autorização para deixar de usar o equipamento, mas com a condição de não fazer contato com os demais investigados e ficar fora das redes sociais.
Nos últimos dias, no entanto, foram revelados novos ataques de Silveira ao Supremo Tribunal Federal. Nesta terça-feira (29), na Câmara dos Deputados, ele disse que Alexandre de Moraes não cumpre a Constituição e toma medidas autoritárias sem respaldo jurídico correto.