Depois das novas declarações do presidente Lula, o dólar começa ao dia valendo R$ 5,65.
Nesta segunda-feira (1), a moeda americana avançou 1,15% e terminou o pregão no maior valor em dois anos e meio.
Durante um evento na Bahia, Lula voltou a atacar o presidente do Banco Central e a criticar a taxa básica de juros, em 10,5% ao ano.
Para ele, Roberto Campos Neto tem atuado politicamente contra o governo e a população por ter sido escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em discurso, Lula afirmou que não precisa prestar contas ao mercado financeiro, e, sim, ao povo.
Mais cedo, Lula já havia criticado Roberto Campos Neto em entrevista a uma rádio de Feira de Santana.
Segundo ele, o próximo chefe do BC "não vai olhar para o Brasil da mesma forma que o sistema financeiro fala" e o presidente ainda criticou a autonomia do Banco Central.
Na avaliação do presidente, a economia vai bem e vai crescer nos próximos meses.
Além das declarações de Lula, o aumento do dólar também é influenciado por fatores externos.
Entre eles, a variação da rentabilidade de títulos americanos, motivada pela disputa eleitoral nos Estados Unidos.
Em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu a desvalorização do real frente ao dólar, mas saiu em defesa de Lula.
Ele atribuiu a reação do mercado financeiro a "ruídos".
Durante a vista à Bahia, Lula não mencionou a possibilidade de cortes nas despesas para equilibrar as contas públicas.
A questão deve ser objeto de discussão numa reunião com o ministro Fernando Haddad, prevista para essa quarta-feira (3).