O delegado Franco Perazzoni foi retirado da chefia da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal do Amazonas. Ele esteve à frente da operação que fez buscas em endereços ligados ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em maio deste ano.
Perazzoni é especialista em crimes ambientais. A Operação Akuanduba, que apura um esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais, cumpriu mandados contra 22 investigados, entre servidores do Ministério do Meio Ambiente, dirigentes do Ibama e empresários do ramo madeireiro.
Em um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal, o delegado identificou indícios de um esquema para exportação ilegal de madeira. O ministro Ricardo Salles negou as acusações e classificou a operação como ‘exagerada’ e ‘desnecessária’.
Franco Perazzoni não é o primeiro a ser afastado do cargo após apresentar denúncias contra Salles. Antes dele, Alexandre Saraiva, que chefiava a superintendência da PF do Amazonas, foi transferido de unidade dias depois de enviar uma notícia-crime ao STF com indícios de obstrução por parte do ministro. Saraiva agora atua em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.