Dias após o início dos bombardeios promovidos por Israel no sul do Líbano, milhares de pessoas precisaram abandonar suas casas e procurar abrigo a fim de escapar das explosões. É o caso de Leni Souza, podóloga que mora no país e teve seu bairro bombardeado no começo da semana.
Em conversa com a equipe de reportagem da BandNews FM, a brasileira detalhou o momento em que precisou sair de casa em busca de proteção e o sentimento de abandonar o seu lar.
"Sabe o que é você deixar tudo? Sair de dentro da sua casa, [deixar] seus pertences. É óbvio, é claro, a gente agradece muito a Deus. O mais importante é a nossa vida e estamos bem. Mas abandonar tudo, deixar tudo para trás. A gente saiu sem ter um lugar para ficar, quando você sai sem um rumo", contou.
"A gente tinha ido a vários abrigos. Viemos e passamos em abrigos como escolas, igrejas, mesquitas, para ver se tinha lugar para ficarmos. A gente não encontrou, estava tudo lotado. Tem pessoas nas ruas, porque não conseguiram lugar para ficar", completou a podóloga.
Em meio ao conflito, vários países tentam tirar os cidadãos do Líbano, incluindo o Brasil, mas a aeronave cedida pela FAB ainda aguarda autorização para fazer a repatriação do primeiro grupo de brasileiros.
Nesta quinta-feira (3), o governo de Benjamin Netanyahu continuou a ofensiva e bombardeou Beirute. A ação teria deixado seis mortos e sete feridos. Anteriormente, Netanyahu já havia declarado o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, como “persona non grata”.
Em reunião na ONU, o Líbano, por sua vez, defendeu um cessar-fogo de pelo menos 21 dias, mas a proposta não avançou. A alegação é de que o conflito entre Israel e o Hezbollah empurrou o país para uma crise humanitária.