“De legado a largado olímpico" - O esporte do Brasil após a Olimpíada

BandNews FM revisita instalações olímpicas no Rio e fala sobre os efeitos para o esporte do país após a Rio 2016

BandNews FM

Rio de Janeiro recebeu olimpíada com muitas promessas, mas resultados para esportistas ainda são incertos.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Sem programas de incentivo ao esporte e eventos, a maior parte do legado dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 está abandonada. Mesmo com o investimento bilionário para a construção de centros esportivos, atletas têm que improvisar locais de treinamento. Na segunda reportagem especial "Do Legado ao Largado Olímpico" a BandNews FM fala sobre o legado para o esporte brasileiro, que se preparou para Tóquio em melhores condições, mas ainda longe do ideal. O material foi produzido pelo repórter Carlos Briggs, do Rio de Janeiro.

Apenas um dos 14 centros esportivos erguidos para a Rio 2016 é usado diariamente por atletas de alto rendimento. O Parque Aquático Maria Lenk recebeu as competições de nado sincronizado e saltos ornamentais, mas foi construído para o Panamericano, de 2007, também sediado pela capital fluminense. O espaço, desde então, é casa do Time Brasil.

O Centro de Treinamento fica no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. No amplo espaço que recebeu 16 modalidades, foram construídas diferentes arenas esportivas. Atualmente, grande parte das arenas está vazia e sem manutenção.

Outro exemplo do abismo entre o discurso do legado olímpico e a realidade está no tênis. A arena principal construída para a Olimpíada ainda não recebe o Rio Open, considerado o primeiro evento da modalidade no Brasil e um dos 22 mais importantes do mundo, tem sido realizado no Jockey Club, desde 2017.

O Parque Olímpico, que custou mais de R$ 2 bilhões, chegou ser interditado por ausência de licenças de segurança.

O estádio de handebol ainda não foi desmontado. A promessa de que a estrutura serviria para quatro escolas não saiu do papel. O Parque Aquático da Natação também segue sem uso.

O que sobrou da estrutura serve apenas para outros eventos, por enquanto, bem distante do legado esportivo. Desde 2017, o Rock in Rio passou a ser realizado no Parque Olímpico. Antes, o festival acontecia no Parque dos Atletas, a 5 quilômetros dali. Aliás, o Parque do Atletas, que deveria virar uma área de lazer, esse sim, já foi desmontado, mas por criminosos, que roubam as estruturas de metal que cercam o local.

No Parque Radical de Deodoro, também na Zona Oeste, as competições de canoagem slalom e ciclismo mountain bike foram retomadas no ano passado. Na modalidade de BMX, o circuito segue fechado.

Enquanto isso, o bicampeão mineiro e campeão carioca, o ítalo-brasileiro Francesco Guani, de apenas 17 anos, treina em uma pista construída pelos próprios atletas em Niterói, na Região Metropolitana. O circuito tem 20 metros, bem menos do que os 400 das pistas de competição oficial.

O Ministério da Cidadania alegou que tem adotado as medidas necessárias para viabilizar a utilização das Arenas Cariocas 1 e 2, do Centro Olímpico de Tênis e do Velódromo.

Já a Prefeitura do Rio informou que a licitação para desmontagem da arena de Handebol e do Parque Aquático já foram publicadas. Sobre a Arena 3, a nota diz que há eventos esportivos mediante análise. Para a reabertura da pista de BMX, a prefeitura diz que busca parcerias.

Em relação ao Parque Radical de Deodoro, o Exército informou que realizou parcerias e acordos de Cooperação com as Confederações brasileiras de Hóquei de Grama, de Hipismo e com de Tiro Esportivo. A nota diz ainda que os eventos esportivos nas arenas mantiveram uma trajetória ascendente nos anos de 2017, 2018 e 2019, sendo impactados pela pandemia COVID 19 no ano de 2020 e 2021.

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