A Câmara Municipal de São Paulo vai marcar uma audiência pública para discutir a regulamentação das dark kitchens, as cozinhas voltadas apenas para serviços de entrega.
O modelo de negócio se tornou atrativo para os restaurantes por reunir vários estabelecimentos em um só local, dividindo custos.
Mas, ao mesmo tempo em que facilita a vida de quem vai pedir e de quem produz, as dark kitchens tem incomodado vizinhos dos galpões que chegam a reunir dezenas de estabelecimentos.
É o caso da paulistana Lisa Kalil de Almeida, moradora da Vila Madalena.
Ela reclama que antes morava em um bairro residencial tranquilo, mas com a chegada das "dark kitchens", tudo mudou:
Outra crítica é a falta de estrutura para os motoboys que fazem as entregas: falta banheiro, água e condições adequadas de trabalho.
O medo dos transtornos fez com que a advogada Carla Lascala, junto com outros moradores da Vila Mariana, abrisse uma reclamação no Ministério Público de São Paulo, o que motivou um inquérito civil:
A Prefeitura de São Paulo elaborou um projeto de regulamentação das dark kitchens, que prevê - entre outras coisas - regras para reduzir ruídos, cheiros e horário de funcionamento pré-estabelecido.
O texto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal, mas só deve ser votado no plenário após a audiência pública.
O diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo, Rodrigo Goulart, diz que, assim como qualquer outro estabelecimento, espera uma regulamentação para as dark kitchens:
Por enquanto, a abertura de novos estabelecimentos desse tipo está suspensa por 60 dias.