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Cunhado de paciente morta em procedimento estético diz que médico recusou ajuda

Sérgio Leonardo acompanhou os últimos momentos de vida da cunhada e prestou depoimento na Delegacia da Barra da Tijuca 16ª DP

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Reprodução/Redes Sociais

O cunhado da empresária Lindama Benjamim, de 59 anos, Sérgio Leonardo afirma que o médico Heriberto Ivan Arias Camacho recusou ajuda quando a família ofereceu pagar a ambulância para retirar a mulher da Clínica Vitée, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para uma unidade de saúde que tivesse UTI. Lindama morreu no dia 10, um dia depois de fazer uma lipoescultura. 

Sérgio Leonardo acompanhou os últimos momentos de vida da cunhada e prestou depoimento na Delegacia da Barra da Tijuca 16ª DP, responsável pelo caso, na tarde desta quinta-feira (16). 

O cirurgião plástico Heriberto Camacho também foi ouvido pela Polícia Civil. O depoimento dele durou mais de três horas. O advogado do médico, Alessandro Marcos, alega que o caso foi uma fatalidade e que falta um laudo a ser apresentado pelos legistas. 

O laudo de necropsia, apresentado pela família, aponta que Lindama teve o intestino perfurado e hemorragia. 

Os investigadores analisam se Heriberto vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, ou homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Os agentes devem ouvir funcionários da Clínica Vitée nos próximos dias e ainda esperam receber ainda outras duas pacientes que acusam o cirurgião de erro médico. 

Na quarta-feira (15), a Justiça do Rio converteu em preventiva, a prisão em flagrante do sócio e responsável técnico da Clínica Vitée, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde foi realizado a cirurgia plástica que terminou com a morte de Lindama Benjamim. 

O estabelecimento foi interditado na segunda-feira (13), mesmo dia da prisão, por não ter alvará e nem estrutura médica para realizar esse tipo de procedimento e deixou de cumprir medidas sanitárias. 

Na decisão, que ainda negou o pedido de liberdade feito pela defesa do médico colombiano Iovanni Villabona Esparza, a juíza Daniele Lima Pires Barbosa, da 28ª Vara Criminal da Capital, afirma que o caso é de extrema gravidade e de ameaça à saúde pública, já que não se pode mensurar o número de pacientes que se submetem a procedimentos na clínica todos os dias. No momento da vistoria que determinou a interdição do espaço, estavam sendo realizadas quatro cirurgias. 

A magistrada analisou que há fortes indícios de que a irregularidade das atividades desempenhadas pela clínica deu causa à morte de Lindama, e que a morte não foi sequer suficiente para que Iovanni interrompesse as atividades ou regularizasse a atuação do estabelecimento. 

Para a juíza Daniele Barbosa, a "permanência do médico em liberdade demonstra que a ordem pública estará em risco, já que há fortes indícios de reincidência criminosa, com evidente risco de vida para possíveis pacientes da clínica clandestina".

Essa não é a primeira vez que Heriberto Camacho é acusado de erro médico. Em junho do ano passado, uma mulher também morreu depois de fazer uma lipoaspiração com o cirurgião. O marido dela procurou a Polícia Civil e denuncia o médico. Em 2020, ele foi condenado a pagar R$ 68 mil para outra paciente por danos materiais, morais e estéticos. Além disso, Heriberto responde a três processos por possíveis erros médicos.

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