A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirma ser vítima de perseguição política e que juízes da América Latina têm usado condenações contra políticos de esquerda para controlar a vontade popular. A ex-presidente, ex-primeira-dama e senadora argentina concedeu uma entrevista exclusiva para a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo. Foi a primeira vez que a política conversou com a imprensa estrangeira em cinco anos.
Cristina é acusada de desvios de verbas na província de Santa Cruz e a promotoria argentina pede a condenação dela a 12 anos de prisão. A sentença deve ser divulgada nesta terça-feira (06). A vice-presidente nega as acusações, diz que falsas as denúncias e fala contra o Judiciário do país.
Segundo ela, a provável condenação servirá apenas para as manchetes dos jornais.
Cristina governou a Argentina em duas ocasiões e dificilmente será presa. Por ter imunidade parlamentar atualmente e já ter 69 anos, a ida para trás das grades é improvável.
Na entrevista, Cristina disse ainda que existe um estigma contra as mulheres na política e afirmou que passa pelo mesmo processo que tentou desqualificar Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito do Brasil e que ficou preso por 580 dias.