O Centro de Controle e Prevenção de Doenças divulgou nesta quarta-feira (11) um relatório apontando que 108 mil pessoas morreram de overdose de drogas no período de 12 meses encerrado em abril. O número é maior do que as mortes provocadas por acidentes de trânsito e por armas de fogo no mesmo período.
O total divulgado é 15% maior do que no mesmo período do ano passado.
A maior parte dessas mortes foi provocada pelo uso irregular dos opioides, medicamentos que agem no sistema nervoso para controle da dor. O uso prolongado do medicamento, no entanto, gera dependência química.
Em duas décadas, o governo americano estima que mais de 600 mil pessoas já morreram por overdose de drogas, índice que tem crescido enormemente desde 2015.
O fentanil, substância sintética desta categoria, foi responsável por mais de 71 mil mortes por overdose até abril. O pó branco tem sido misturado por traficantes sem o conhecimento dos usuários. Com capacidade maior do que a heroína, o uso busca potencializar os efeitos da droga.
O governo americano já categorizou o aumento do uso de opioides como um problema de saúde pública e tem investido contra farmacêuticas que incentivam o uso da substância.
No ano passado, a Johnson & Johnson aceitou pagar US$ 230 milhões para encerrar processos que apuravam a participação da companhia na crise dos opioides.