Criminosos investigados por uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta (22), que tem como objetivo prender suspeitos de planejar ataques a autoridades, chegaram a alugar imóveis próximos aos endereços das possíveis vítimas para monitorar o comportamento dos indivíduos.
Entre as pessoas monitoradas pelos suspeitos e que poderiam, posteriormente, ser alvos de ataques estão o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Por meio das redes sociais, o político afirmou que os planos eram da facção criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC).
Gakiya é integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) e figura central no combate à atuação da organização criminosa no estado.
O promotor concedeu entrevista exclusiva à BandNews TV na manhã desta quarta (22) e afirmou que a ação seria uma retaliação após a transferência dos chefes da facção. Ele explica que uma portaria instaurada na gestão de Moro no ministério da Justiça que proibia visitas íntimas em presídios federais irritou os integrantes da organização.
Ele também explicou que já se acostumou com as ameaças feitas por membros do grupo. "Desde dezembro de 2018 (data do pedido de transferência de líder do PCC para o sistema prisional federal) eu convivo com esse tipo de plano para me matar”, disse Gakiya.
“Um setor específico da facção que eles denominam de ‘sintonia restrita’, esse setor é responsável e foi criado justamente para praticar atentados contra agentes públicos, autoridades e resgates de presos É um setor de altíssima periculosidade, eles têm muitos recursos financeiros, armamentos e a maioria deles, infelizmente, é do estado de São Paulo”, concluiu.
De acordo com as informações do repórter Túlio Amâncio do Grupo Bandeirantes de Comunicação, os suspeitos teriam alugado locais no Paraná, próximos a região onde Moro vive, e uma chácara em Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo, para monitorar as atividades do promotor.
Os ataques já haviam sido planejados, mas não foram colocados em prática porque a intenção da facção era que eles fossem realizados em vários locais ao mesmo tempo. Caso a organização não conseguisse atacar Sergio Moro, os alvos seriam a mulher do político, deputada Rosangela Moro, e a filha do casal.
A operação, batizada de Sequaz, foi deflagrada no Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. São cumpridos 24 mandados de busca e apreensão pelos agentes federais e, até a última atualização dessa reportagem, a PF informou que prendeu nove pessoas.