Os integrantes da CPMI dos Atos de 8 de Janeiro vão votar nesta terça-feira (13) convocações para depoimentos e requerimentos de compartilhamento de dados para dar sequência às investigações. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito deve analisar 250 solicitações.

Devem ser analisadas as convocações dos ex-ministros Anderson Torres e Augusto Heleno, ambos participantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em janeiro deste ano, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. No Supremo Tribunal Federal, ele é investigado por omissão na contenção do vandalismo na Praça dos Três Poderes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também pode ser ouvido.

Além dele, podem ser convocados o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, e Ricardo Cappelli, que foi nomeado interventor do DF durante a ação federal na região.

Dentre as questões a serem votadas, estão os pedidos por documentos sigilosos, como alertas feitos pela Agência Brasileira de Inteligência aos órgãos do governo federal sobre os riscos de manifestação no 8 de janeiro; arquivos e imagens dos prédios públicos depredados na data; informações sobre defesa do Gabinete de Segurança Institucional, entre outros.

O compartilhamento de dados deve abranger as informações apuradas na investigação das milícias digitais.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que é o relator do caso na Corte, deve se reunir com o presidente da CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União-BA).

A expectativa é que o Palácio do Planalto mantenha o domínio da comissão, já que tem a maioria dos integrantes, e coloque como foco aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas, a análise de parlamentares governistas é a de que Bolsonaro não deve ser convocado para prestar depoimento, pois isso poderá dar “palco político” ao opositor de Lula (PT).

O julgamento dos requerimentos deve continuar na quinta-feira (15), e o presidente da CPMI já afirmou que uma terceira reunião pode acontecer ainda nesta semana caso os trabalhos não sejam concluídos.