A semana da CPI da Covid-19 começou com o depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo, que assumiu ter tomado conhecimento da carta enviada pela Pfizer ao governo brasileiro em setembro de 2020, sobre a compra de imunizantes.
Ele também pontuou que não tomou providências sobre a oferta porque cabia ao Ministério da Saúde definir a estratégia de imunização.
O relator da CPI, Renan Calheiros, lembrou ataques de Eduardo Bolsonaro, do ex-ministro Abraham Weintraub e do próprio Presidente Jair Bolsonaro ao país asiático. O diplomata negou qualquer hostilidade com a China e afirmou que não foram comprovados indícios de piora na relação comercial entre os dois países.
Ao ser questionado sobre cloroquina, Ernesto Araújo afirmou que o presidente Jair Bolsonaro solicitou um telefonema com o primeiro-ministro da Índia para viabilizar a importação do medicamento e que o Ministério da Saúde também pediu apoio para a ação.
AMEAÇAS A MEMBROS DA COMISSÃO
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, pediu à Polícia Federal que investigue mensagens com ameaças a membros da comissão.
Os registros foram enviados aos parlamentares e mostram mensagens com ataques como: "vocês irão se arrepender, parem de prejudicar o brasil, e nesta vida tudo tem retorno"
Algumas das mensagens terminam com o slogan da campanha de Jair Bolsonaro em 2018: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Ainda não há uma resposta da Polícia Federal sobre o pedido de Omar Aziz
A CPI da Pandemia volta a se reunir nesta quarta-feira(19), quando irá ouvir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
A expectativa é de que ele fale sobre as ações adotadas no Ministério da Saúde para combate da pandemia, além da falta de oxigênio na região amazônica, a recomendação da cloroquina no tratamento da COVID, e por fim, sobre o atraso na compra de vacinas.