A relatora da CPI dos Atos Golpistas, Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (6) o plano de trabalho que elaborou para o colegiado, que foi criado para investigar os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.
Durante a sessão também foi apresentado um pacote com mais de 30 requerimentos de convocação para o depoimento de testemunhas que são consideradas chave para a apuração do que de fato ocorreu durante e antes da invasão dos prédios dos três poderes.
Entre os nomes que a relatora quer ouvir, estão o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL); os ex-ministros Anderson Torres e Augusto Heleno, que atuaram no Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro nas áreas de Justiça e no Gabinete de Segurança Institucional.
A relatora da comissão, Senadora Eliziane Gama, destaca que o colegiado quer apurar quem eventualmente idealizou, executou e até mesmo financiou os atos que ocorreram no início do mês de janeiro.
O plano de trabalho aprovado optou por começar a investigação com fatos anteriores aos do dia 8 de janeiro, como os ataques que ocorreram no centro de Brasília no dia 12 de dezembro, e que tiveram como alvo central o prédio da Polícia Federal.
Também estão na mira dos parlamentares os acampamentos que foram montados na frente de quartéis generais de todo o País, e que cobraram por intervenção militar após a Eleição de 2022.
O acordo firmado pelos integrantes do colegiado descartou o convite do ex-presidente Jair Bolsonaro já na primeira rodada de requerimentos, mas nada impede que ele seja convocado em algum momento da investigação.
O Deputado Filipe Barros (PL-PR) afirmou que é preciso investigar o que ocorreu após os atos do dia 8 de janeiro, já que segundo ele, não foram respeitados os direitos humanos dos detidos por supostamente atacar os prédios do Congresso, Planalto e STF.
A oposição já deixou claro que vai apostar na indicação de que o Governo do Presidente Lula foi omisso quanto aos anúncios de ataques, e que a inércia foi decisiva para o quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes.
Os parlamentares também defendem a convocação do ex-ministro do GSI, General Gonçalves Dias, que estava em Brasília durante os atos de 8 de janeiro, e até aparece em imagens circulando pelo Palácio do Planalto e interagindo com invasores no momento dos ataques.