Entrando na reta final dos trabalhos e encerrando a etapa de depoimentos, a CPI da Pandemia ouve, nesta quinta-feira (7), duas pessoas ligadas ao plano de saúde Prevent Sênior.
O primeiro a ser ouvido será Tadeu Frederico Andrade, que é beneficiário da operadora, e que foi obrigado a usar o chamado Kit Covid após ter sido infectado pela doença no Natal de 2020.
Após a prescrição, o quadro clínico dele se agravou, necessitando de internação em uma Unidade de Tratamento Intensivo. Mas após um mês, a equipe da Prevent queria tirá-lo da internação para economizar custos, aplicando cuidados paliativos.
A família dele se recusou a aceitar a mudança terapêutica, e após algum tempo, Tadeu Andrade se recuperou. No entanto, ele denunciou a Prevent Senior à CPI e ao Ministério Público de São Paulo.
Depois dele, será ouvido o ex-médico da companhia, Walter Correa Netto, e a ideia é saber se havia autonomia e distribuição sem critérios dos medicamentos não eficazes contra a Covid-19, como Azitromicina, Cloroquina e Ivermectina.
Os parlamentares também querem esclarecer se ocorreu fraude em estudo clínico conduzido pela Prevent Senior sobre a segurança e eficácia do uso de medicamentos que não são eficazes, e se houve inadequação do encaminhamento para os chamados cuidados paliativos.
Ao longo da quarta-feira (6), a CPI ouviu o Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Paulo Roberto Rebello Filho. Ele afirmou que a Prevent Sênior está na condição de investigada perante a agência.
Paulo Roberto destacou que os fatos trazidos na CPI são de extrema gravidade e que a agência não tinha conhecimento de qualquer indício de irregularidade envolvendo a operadora de saúde, e se colocou à disposição para envio de todo e qualquer documento sobre a Prevent.
O depoimento ocorreu após ter sido revelado o dossiê contra a Prevent Sênior em que médicos acusam a operadora de diversas irregularidades.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros, suspeita que a ANS fazia uma blindagem à operadora de saúde enquanto realizava os protocolos sem respaldo científico com os pacientes.
Em determinado momento, o Senador Randolfe Rodrigues apresentou o dossiê à CPI, apontando que o material foi encaminhado a ANS em abril, mas o diretor da Agência disse que só recebeu o documento nesta semana.
Além disso, continua a expectativa para a entrega do relatório do Senador Renan Calheiros, que já tem mais de 6 mil páginas, e conta com pelo menos 36 indiciados. A previsão é de que o material esteja pronto até 15 de outubro, recebendo colaboração dos membros da CPI até o dia 19, e sendo votado em uma sessão especial no dia 20 de outubro, no encerramento da CPI.