A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia retoma os trabalhos nesta semana; a convocação do deputado federal Ricardo Barros como depoente e a possibilidade de prorrogar as investigações devem ser o foco da discussão dos senadores após os depoimentos dos irmãos Miranda na última sexta-feira (25) sobre irregularidades nos contratos entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos. As reuniões serão retomadas nesta terça-feira (29).
O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues, já anunciou que vai entrar nesta segunda (28) com um pedido na Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro pelo crime de prevaricação. Isso se dá quando o agente público não cumpre o ofício do mandato ou demora para cumpri-lo, para interesse pessoal, por exemplo.
A intenção de Randolfe Rodrigues surgiu após a suspeita de que Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, estaria envolvido em ilicitudes na compra da Covaxin. A denúncia sobre um superfaturamento para a aquisição da vacina indiana foi feita pelo deputado Luis Miranda e o irmão Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde.
Para Ranfolfe Rodrigues, ficou claro que, mesmo sabendo das irregularidades o presidente Jair Bolsonaro não pediu uma investigação
Em nota, Ricardo Barros se defendeu e disse que "não há qualquer envolvimento meu no contrato de aquisição da Covaxin".
O deputado - que deve ser convocado ou convidado a depor na CPI - ainda se colocou à disposição da comissão e ressaltou que "fica evidente que não há dados concretos ou mesmo acusações objetivas".
A vacina Covaxin é fabricada pelo laboratório indiano Barath Biotech, e importado e distribuído no Brasil pela Precisa Medicamentos. O representante da importadora, Francisco Maximiano, deve prestar depoimento ainda nesta semana à CPI da Pandemia.