CPI da Pandemia tem ameaça de prisão e convocação de nova testemunha

Empresário Roberto Pereira Júnior é interrogado nesta quarta-feira (25) e apresentou falas desconexas

Diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Júnior, depõe na CPI da Pandemia Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado
Diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Júnior, depõe na CPI da Pandemia
Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado

A CPI da Pandemia ouve, nesta quarta-feira (25), o depoimento do Diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Júnior, sobre as negociações para a compra da Covaxin e prevê o depoimento do empresário José Ricardo Santana para a quinta-feira (26).

Na abertura da sessão, Pereira Júnior foi questionado pelo Presidente da CPI, senador Omar Aziz, se iria se comprometer a falar a verdade dentro da CPI, e respondeu positivamente.

Ele tem um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, para não responder questões que possam incriminá-lo, e ao ser questionado pelos parlamentares sobre quais seriam os rendimentos dele na empresa, o empresário não quis responder.

Durante a sessão, os senadores questionaram Roberto Júnior sobre o faturamento e o capital social do FIB Bank, que apesar do nome, não é uma instituição financeira.

Ele afirmou que a instituição é de micro e pequeno porte, mas que tinha um capital de quase 8 bilhões de reais, o que gerou irritação e ironia por parte do Presidente da CPI, Omar Aziz.

A empresa é suspeita de emitir uma carta de fiança no valor de R$ 80,7 milhões em benefício da Precisa Medicamentos durante o processo de compra da Covaxin feito pelo Ministério da Saúde. O contrato de venda do imunizante indiano tem suspeita de irregularidades.

Ainda durante a sessão, Roberto Júnior foi questionado sobre a atuação e sobre os pagamentos que foram feitos pelo FIB Bank, e afirmou desconhecer diversas ações que estavam escritas no relatório que ele mesmo enviou à CPI.

Nessa circunstância, o Vice-Presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues, classificou o depoimento como incoerente.

As falas controversas do empresário levaram Renan Calheiros, relator da CPI, a solicitar a prisão do interrogado para Aziz. “Esse é o típico caso para se recomendar a prisão para que o Brasil veja entenda o que está acontecendo”, declarou o relator.

Além disso, a Comissão Parlamentar decidiu que o empresário José Ricardo Santana será ouvido nesta quinta-feira (26).

Ele é apontado como a companhia do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias no jantar realizado em fevereiro, que ficou conhecido como “jantar da propina”, em que foram negociadas vantagens para a compra de doses de vacinas junto à empresa Davati.

Ricardo Santana trabalhou na Anvisa em 2019 e 2020 e se associou ao dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e teria atuado para destravar a venda de 12 milhões de testes para detecção do coronavírus.

O agendamento da fala de Santana adiou o depoimento do ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo para a próxima semana.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros, ainda anunciou a inclusão de outros três nomes na lista de investigados pelo colegiado, sendo eles o do empresário Emanuel Catori, o de Francisco Maximiano, e do Ex-Secretário Roberto Ferreira Dias.