CPI da Pandemia ouve representante da Davatti sobre pedido de propina na venda de vacinas

Cristiano Carvalho é o representante legal da empresa americana no Brasil; companhia esperava vender 400 milhões de doses da AstraZeneca

Rádio BandNews FM

Senadores da CPI da Pandemia recebem nesta quinta-feira (15) o representante da Davatti
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Os senadores da CPI da Pandemia recebem nesta quinta-feira (15) o representante da Davatti no Brasil, Cristiano Carvalho. A empresa americana esperava negociar 400 milhões de doses da AstraZeneca com o Ministério da Saúde, mas um vendedor da companhia teria recusado pedido de propina e o negócio não prosperou.

Segundo o policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que também se apresenta como representante comercial da Davatti Medical Supply, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu US$ 1 por dose de imunizante negociado. Ao recusar a proposta, o negócio não prosperou.

Cristiano será questionado se foi avisado do pedido de propina e qual era a relação de trabalho com Dominguetti, que afirmou em depoimento ter um acordo verbal com Carvalho para negociar vacinas com autoridades.

O executivo também deverá explicar como a empresa teria acesso aos imunizantes, já que a AstraZeneca nega que tenha representantes comerciais e afirma negociar individualmente e diretamente com os governos nacionais.

Cristiano Carvalho será perguntado ainda sobre a relação com o reverendo Amilton Gomes, presidente da Secretaria Nacional de Assistência Humanitária. A entidade privada também se apresentou ao governo federal para vender imunizantes e afirmava ter acordo com a Davatti.

As operações da Davatti no exterior também levantam suspeitas sobre a real capacidade da companhia em entregar os imunizantes que prometia. Em março, o Canadá abriu investigação para investigar a negociação de imunizantes da empresa com comunidades tradicionais do país.

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