A CPI da Pandemia vai ouvir nesta semana mais quatro pessoas envolvidas em contratos de compras de vacinas contra a Covid-19. Uma delas é a representante da Precisa Medicamentos, Emanuele Medrades, que assina o contrato de compra da Covaxin. Existem suspeitas sobre o direcionamento do contrato e sobre o alto preço do imunizante.
No depoimento desta sexta-feira (09), o consultor técnico do Ministério da Saúde, William Santana, afirmou que encontrou vários erros no contrato da vacina indiana.
Outro depoente da semana é o reverendo Amilton Gomes de Paula, suspeito de intermediar a compra da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
O tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde, também deve ser ouvido. Ele teria feito a ponte entre o ex-diretor de logística Roberto Dias e o policial militar Luis Paulo Dominguetti.
Cristiano Carvalho, representante da empresa Davati no Brasil, também deve prestar depoimento.
Além disso, a comissão deve analisar o pedido de convocação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni.
Ao longo da semana, os senadores esperam uma definição sobre a prorrogação dos trabalhos da CPI, que ainda espera uma definição para seguir os trabalhos durante o recesso do Congresso. A pausa nos trabalhos é prevista para o fim da semana, mas a falta de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias pode impedir a paralisação dos trabalhos no Senado e na Câmara.
ÚLTIMO DEPOIMENTO
No depoimento desta sexta-feira (09), o consultor técnico do Ministério da Saúde William Santana explicou que tinha como função, na Divisão de Importação da pasta, analisar a invoice, que é uma espécie de fatura comercial para liberar a compra de vacinas e solicitar a abertura da licença para que o produto fosse importado.
Santana negou que tenha participado "de negociação ou celebração do contrato" e disse que nem esteve presente nas reuniões sobre o assunto.
Diante desses fatos, o relator da CPI, senador Renan Calheiros, pediu a convocação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni.
Santana disse também que a Precisa Medicamentos encaminhou uma invoice (nota fiscal internacional) ao Ministério da Saúde no dia 18 de março, ou seja, confirmou a versão do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado Luis Miranda e de quem era subordinado. Foi ele que denunciou as possíveis irregularidades para o presidente Jair Bolsonaro.