A CPI da Pandemia ouve nesta quarta-feira (04) o tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco. O ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde teria participado do jantar em Brasília que terminou com um pedido de propina por parte do então diretor do ministério Roberto Ferreira Dias. O caso foi revelado pelo policial militar e representante da Davati, Luiz Paulo Dominguetti, que tentava negociar 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.
O nome de Marcelo Blanco apareceu em outros depoimentos à comissão. E os senadores esperam que ele esclareça se foi o responsável por agendar um encontro entre Roberto Dias e Dominguetti em um restaurante da capital federal. Os parlamentares ainda esperam por respostas sobre a participação do tenente-coronel em negociações de vacinas e uma possível influência em contratos.
Documentos obtidos pelo colegiado do Senado aponta que Blanco abriu uma consultoria empresarial assim que saiu do cargo que ocupava no ministério. A suspeita é que ele tenha utilizado de informações obtidas quando ainda atuava como diretor do órgão para facilitar encontros e a negociação entre atravessadores e o governo federal.
Senadores chegaram a cogitar a realização de acareações entre Dominguetti, o tenente-coronel e Roberto Dias. Mas, por enquanto, a medida ainda não foi aprovada.
Dias nega o pedido de propina e alega que o encontro em Brasília ocorreu por acaso e foi estritamente pessoal, sem ligação com uma possível negociação de vacinas. Já Luiz Paulo Dominguetti afirma que foi ao restaurante após um convite de Marcelo Blanco.